Nome de ex-presidente aparece 3 vezes em inquérito sobre o deputado Milton Monti (PR-SP).
O nome do ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB) aparece em delações da Odebrecht que deram origem à “lista de Fachin”. Segundo delatores, o grupo político do peemedebista se beneficiou de contratos na execução da Ferrovia Norte-Sul, em Goiás.
O nome de Sarney aparece três vezes em inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, sobre o deputado federal Milton Monti (PR-SP). As informações sobre Sarney, passadas pelos delatores da Odebrecht, foram encaminhadas à Justiça de Goiás.
Os advogados de José Sarney negam o pagamento de propina e dizem que o ex-presidente não é citado diretamente, mas apenas uma pessoa que seria ligada a ele. Por meio de nota, Monti informa que sempre agiu de acordo com a lei e que todas as doações das campanhas eleitorais foram feitas legalmente: “É bom que se apure porque assim a inocência dele será comprovada”.
O inquérito 4.456 investiga Milton Monti e o ex-parlamentar Valdemar da Costa Neto. De acordo com os delatores Pedro Augusto Carneiro Leão Neto e João Antôno Pacífico Ferreira, Monti e Costa Neto atuaram para garantir ao Grupo Odebrecht participação na construção na Ferrovia Norte-Sul, em Goiás. As obras foram conduzidas pela empresa pública Valec, que foi a responsável pelas licitações.
Grupo político de Sarney
Os colaboradores relataram que, em 2008 e em 2009, ocorreu pagamento de propina a agentes públicos, citando que o valor foi de 4% do contrato. Desse total, 3% teriam sido repassados ao grupo político de Costa Neto (na ocasião representado pelo então presidente da Valec, José Francisco das Neves). Outro 1% era destinado ao grupo político do ex-senador e ex-presidente José Sarney (representado por Ulisses Assada, diretor de Engenharia da Valec).
Os colaboradores relataram que, em 2008 e em 2009, ocorreu pagamento de propina a agentes públicos, citando que o valor foi de 4% do contrato. Desse total, 3% teriam sido repassados ao grupo político de Costa Neto (na ocasião representado pelo então presidente da Valec, José Francisco das Neves). Outro 1% era destinado ao grupo político do ex-senador e ex-presidente José Sarney (representado por Ulisses Assada, diretor de Engenharia da Valec).
“Nesse contexto do grupo capitaneado por Valdemar da Costa Neto, o Deputado Federal Milton Donti teria atuado na cobrança de vantagem indevida, sendo a propina paga por meio do Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht”, diz o texto do inquérito.
Apuração
Em 2015, já tinha sido aberto um inquérito na Justiça Federal de Goiás para apurar irregularidades em obras da Ferrovia Norte-Sul. Neste ano, os delatores da Odebrecht Pedro Carneiro Leão e João Pacífico Ferreira deram novas informações sobre o caso. Segundo o Ministério Público, Sarney também pode ter sido beneficiário do contrato.
Em 2015, já tinha sido aberto um inquérito na Justiça Federal de Goiás para apurar irregularidades em obras da Ferrovia Norte-Sul. Neste ano, os delatores da Odebrecht Pedro Carneiro Leão e João Pacífico Ferreira deram novas informações sobre o caso. Segundo o Ministério Público, Sarney também pode ter sido beneficiário do contrato.
Na decisão sobre abertura de inquérito, o ministro Edson Fachin concordou com o entendimento da PGR, que diz que os dois grupos atuavam de forma individualizada. Portanto, embora fosse possível que o caso de Sarney – que não tem mais foro privilegiado – fosse investigado junto com o de Milton Monti e de Valdemar da Costa Neto, a existência de grupos beneficiários diversos permite investigações separadas, uma no STF e outra na Justiça de Goiás.
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