Uma articulação no último fim de semana, da qual participou intensamente o ex-presidente José Sarney, ajudou Renan Calheiros (AL) a se manter no cargo de líder da bancada do PMDB no Senado.
Em visita ao presidente Michel Temer no sábado, Sarney participou das conversas nas quais foi definida a transferência de Torquato Jardim do Ministério da Transparência para o Ministério da Justiça; delineada a estratégia de resistência de Michel Temer e, ainda, a “boia de salvação” para Renan Calheiros.
A mudança na estratégia do Planalto sobre Renan ficou clara logo no começo da reunião da bancada, na tarde desta terça-feira, quando o líder do governo, Romero Jucá, optou pelo silêncio e não defendeu a substituição de Renan, como havia feito semana passada.
A partir daí, os senadores governistas do PMDB entenderam que a troca de líder não mais era prioridade para o Planalto. Apenas “uns três ou quatro” falaram, mas não Jucá, segundo um dos parlamentares que queria ver Renan fora da liderança.
“O recado foi claro”, emendou outro senador, contando a visita de Sarney ao presidente Temer.
“Isso só reforça o que já sabemos há algum tempo: o PMDB é comandado por Sarney, Renan, Jucá e Eunício, e, às vezes, também participa o Lobão, que é do grupo do Sarney”, disse um outro senador.
Desde a véspera, Renan vinha demonstrando que mudara de comportamento. Ele elogiou a saída de Osmar Serraglio do Ministério da Justiça – nomeação que ele criticava atribuindo à força de Eduardo Cunha.
Mais do que a saída de Serraglio, Renan apoiava a nomeação de um “ministro forte” para a Justiça, alguém que pudesse ter o comando sobre a Polícia Federal – o que muitos esperam de Torquato Jardim.
A solução que foi encontrada é curiosa: quando se tratar das reformas, Renan não falará como líder, e sim um outro vice-líder encaminhará em nome do partido. Serão escolhidos dois vice-líderes. Os dois primeiros convidados – Simone Tebet e Valdir Raupp – declinaram. (Cristiana Lobo)
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