segunda-feira, 29 de maio de 2017

Quatro pessoas são mortas em tentativa de fuga

Quatro pessoas são mortas em tentativa de fuga (Foto: Mário Quadros)
Familiares dos presos estavam aflitos querendo informações sobre os detentos (Foto: Mário Quadros)
Um agente prisional e três internos mortos a tiros. Esse foi o resultado de mais uma tentativa de fuga registrada no Centro de Recuperação Penitenciário do Pará II (CRPP II), em Americano, Distrito pertencente ao município de Santa Izabel do Pará, região metropolitana de Belém. De acordo com a assessoria de comunicação da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe), a tentativa de fuga aconteceu na madrugada de ontem, por volta das 5h45min.
Segundo a Susipe, tudo aconteceu no momento em que dois agentes prisionais realizavam a destranca das celas. Presos com armas de fogo renderam os funcionários. Houve troca de tiros com policiais militares que faziam a segurança do presídio. 
O agente penitenciário Gilson Renato Santos Launer, de 44 anos, que era mantido refém pelos detentos, foi atingido na cabeça por um dos disparos. O servidor chegou a ser socorrido e encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 Horas da cidade de Castanhal, mas não resistiu e morreu. Ele deixa esposa e três filhos.
Uma das vítimas fatais foi o agente prisional Gilson Launer (na imagem), que foi feito refém. Três detentos também morreram na troca de tiros com policiais militares (Foto: Reprodução)
Ainda durante a ação e reação, três detentos também foram atingidos por disparos de arma de fogo e morreram no local. Eles foram identificados como Eduardo Oliveira Moreira, 28, Luiz Erlison Neres, 32, e Adonai Farias de Souza, de 33 anos. Os corpos dos internos e do agente foram removidos para o Instituto Médico Legal (IML) de Castanhal para serem periciados.
Uma equipe do Comando de Missões Especiais (COE) da PM foi acionada para reforçar a segurança na unidade prisional que passou por uma revista e recontagem de detentos. 
Nenhuma fuga foi confirmada. Na tarde de ontem, a Susipe informou, por meio de uma nota, que as atividades aconteciam normalmente no Polo Penitenciário de Americano. Um inquérito policial será aberto para apurar o caso e investigar de onde partiu o tiro que atingiu o servidor público.
A perícia verificou a presença também de armas brancas, armas caseiras e simulacros no local do confronto. Elas pertenceriam aos detentos envolvidos na tentativa de fuga, mas ainda não há informações de como eles as teriam obtido. A forma como os presos haviam se libertado antes da abertura das celas também não foi esclarecida ainda, havendo a possibilidade de que tenham cerrado a grade.
Após o ocorrido, as visitas ao CRPP II foram suspensas, o que irritou as dezenas de esposas e parentes de presos que aguardavam, desde a madrugada, na frente do presídio, para ver seus maridos. Sem querer se identificar, elas relataram que ouviram a troca de tiros e estavam preocupadas. Queriam saber as identidades dos mortos.

Mulheres de detentos denunciam superlotação (Foto: Mário Quadros)
Sindicato dos Servidores Públicos do Pará culpa o Governo do Estado 
O Sindicato dos Servidores Públicos do Pará (Sepub) também esteve no local para acompanhar o desenrolar das investigações. Ezequiel Sarges, presidente do Sindicato, responsabiliza a direção da unidade prisional e o Governo do Estado pela morte de Launer. “Os agentes prisionais não têm estrutura nem apoio para realizar as medidas de segurança e disciplinares nesse presídio. Isso põe não só a vida deles em risco , mas as de todos lá dentro”, critica. Segundo ele, o CRPP II estaria superlotado, com um contingente de cerca de 560 detentos para apenas 11 agentes por turno.
Amigos de profissão do agente Gilson Renato Santos Launer ficaram revoltados com o ocorrido. “Infelizmente mais um companheiro que parte pela mão da criminalidade. É inadmissível, isso é inaceitável. Quero ver o que o secretário de Segurança Pública vai falar, o que o superintendente vai falar em prol dessa categoria tão sofrida. Ninguém olha para o agente penitenciário. Vá em paz, parceiro, vá com Deus!”, desabafou um dos agentes prisionais.
A Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe) afirma que um inquérito policial será aberto para apurar o caso e investigar de onde partiu o tiro que atingiu o servidor. Além disso, de acordo com a Diretoria de Administração Penitenciária da Susipe, as demais unidades prisionais do Complexo de Santa Izabel seguem operando dentro da normalidade.
(Tiago Silva e Arthur Medeiros/Diário do Pará)

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