terça-feira, 30 de maio de 2017

Senadores do PMDB se reúnem para tentar destituir Renan da liderança


 


Pedro França/Agência Senado
Renan tem perdido força diante da ascensão de Eunício como liderança peemedebista no Senado
 
Integrantes da maior bancada do Senado, os 22 parlamentares do PMDB vão traçar nesta terça-feira (30) o destino de seu líder, Renan Calheiros (AL). Desde que assumiu o posto, em fevereiro, Renan fala como parlamentar de oposição. Articulou a votação contrária de projetos importantes para o governo, como o que regulamenta a terceirização de mão-de-obra, e trabalha para a rejeição das reformas trabalhista e da Previdência.
Pelo menos 14 senadores da legenda não aceitam ser liderados por um colega que faz oposição ao presidente Michel Temer. Nesse sentido, pretendem votar contrariamente à orientação do líder em propostas enviadas ao Congresso pelo Palácio do Planalto. Esse número já é suficiente para que o líder seja trocado. Renan só tem garantido na bancada a solidariedade de colegas como Kátia Abreu (TO), Roberto Requião (PR), Jader Barbalho (PA) e Eduardo Braga (AM), todos ligados à gestão da presidente cassada Dilma Rousseff.
Há duas semanas Braga tentou segurar Renan no cargo com uma tentativa frustrada de conseguir um abaixo-assinado de apoio ao líder. Faltou adesão. Há uma semana, o grupo que tenta afinar o discurso do líder com o do Planalto tentou convencer Renan a ceder. Mas ouviram que o ex-presidente do Senado não está disposto a aceitar canga, referência às cangalhas dos animais de carga.
O presidente Michel Temer quer uma rápida solução para a liderança da bancada do seu partido no Senado – posto importante politicamente em que, em razão de suas funções regimentais, quem o ocupa pode atrapalhar muito a aprovação de projetos e emendas de interesse do Planalto. Mas Temer não quer parecer que foi o carrasco de Renan.
A posição política do líder Renan o afastou de seus principais aliados políticos dentro do PMDB e do próprio Senado: o atual presidente da Casa, Eunício Oliveira (CE), que também é o tesoureiro da legenda, e o presidente nacional do próprio partido e líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR). O acordo político que havia entre os três começou a fazer água quando Renan, assim que assumiu o posto, virou oposicionista.

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