Paulo PeresSite Poemas & Canções
O jornalista, folclorista, ensaísta e poeta gaúcho Augusto Meyer (1902-1970), no poema “Gaita”, confessa que não tem mais palavras, porque seu amor não correspondido está levando sua vida, inclusive, seu orgulho.
GAITA
Augusto Meyer
Augusto Meyer
Eu não tinha mais palavras,
Vida minha,
-Palavras de bem-querer;
Eu tinha um campo de mágoas,
Vida minha,
Para colher.
Vida minha,
-Palavras de bem-querer;
Eu tinha um campo de mágoas,
Vida minha,
Para colher.
Eu era uma sombra longa,
Vida minha,
Sem cantigas de embalar;
Tu passavas, tu sorrias,
Vida minha,
Sem me olhar.
Vida minha,
Sem cantigas de embalar;
Tu passavas, tu sorrias,
Vida minha,
Sem me olhar.
Vida minha, tem pena,
Tem pena da minha vida!
Eu bem sei que vou passando
Como a tua sombra longa;
Eu bem sei que vou sonhar
Sem colher a tua vida,
Tem pena da minha vida!
Eu bem sei que vou passando
Como a tua sombra longa;
Eu bem sei que vou sonhar
Sem colher a tua vida,
Vida minha,
Sem ter mãos para acenar,
Eu bem sei que vais levando
Toda, toda a minha vida,
Vida minha, e o meu orgulho
Não tem voz para chamar.
Sem ter mãos para acenar,
Eu bem sei que vais levando
Toda, toda a minha vida,
Vida minha, e o meu orgulho
Não tem voz para chamar.
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