quinta-feira, 8 de junho de 2017

A conclusão dos tucanos é que, se está ruim com Temer, pior será com Maia


Charge do Dino Alves (Site Capital Teresina)
Vera MagalhãesEstadão
A cúpula do PSDB resolveu bancar a aposta e manter, por ora, o apoio a Michel Temer baseada, sobretudo, em um diagnóstico: se o presidente não se sustentar na cadeira, quem tem mais chances de vencer uma eleição indireta, hoje, é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). E a conclusão dos tucanos é que, se é ruim com Temer, pior seria com Maia.
Com esse discurso, a velha guarda tucana, com reforço do “novato” João Doria Jr., tenta convencer a ala jovem – autodenominada “os cabeças pretas”, mas apelidada pelos velhos de “os cabeças ocas” – a recuar da posição radical de que o partido tem de desembarcar do governo já.
MAIA EM CAMPANHA – Os tucanos também fizeram chegar a Rodrigo Maia que ele deveria cessar a campanha à qual se dedica (embora negue com veemência teatral) para se cacifar junto aos partidos. Emissários do PSDB disseram ao deputado do DEM que, se ele assumir o lugar de Temer, terá início no dia seguinte o “Fora, Rodrigo”, e ele será imediatamente tragado pela Lava Jato.
A desconfiança com a opção Maia se alia a outro fator que leva os tucanos a permanecerem no barco por ora: o destino de Temer está ligado ao de Aécio Neves. Se o presidente peemedebista for jogado aos leões, sem foro, o PMDB imediatamente deixará de atuar na retranca do pedido de prisão de Aécio, que deve voltar à pauta do Supremo.
Assim, escorados um no outro e tendo como único discurso as reformas, PMDB e PSDB planejam – se “fatos novos” não se interpuserem no caminho – cruzar a linha de chegada do mandato em 2018. Resta saber se terão pernas para enfrentar a corrida presidencial, assim tão alquebrados.
FICA, TEMER? – A permanência de Henrique Meirelles é mais importante do que a salvação de Temer, segundo fontes do mercado. Houve consenso no congresso da ABVCAP, entidade que reúne grandes investidores, realizado em São Paulo: é mais importante a permanência da equipe econômica do que a do presidente. Para o mercado, só isso pode assegurar a aprovação das reformas.

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