quarta-feira, 7 de junho de 2017

TSE: relator suspende leitura do voto e deixa para quinta análise das acusações


 

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Fim de sessão desta quarta-feira, 7, foi marcada por mais embates entre o presidente do TSE, Gilmar Mendes, e o relator dos processos, Herman Benjamin

Gilmar Mendes diz que se Herman Benjamin está brilhando na televisão no Brasil todo  devido a ele
Gilmar Mendes diz que se Herman Benjamin está "brilhando na televisão no Brasil todo" devido a ele (Foto: Arquivo)
Brasília - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, encerrou a sessão desta quarta-feira, 7, com mais uma troca de farpas com o ministro Herman Benjamin. Já no fim da sessão, Gilmar afirmou que Herman devia a ele o fato de estar "brilhando na televisão no Brasil todo" como relator da ação que pode levar à cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer.

Gilmar Mendes repetiu várias vezes que ele foi o responsável por evitar que a ação tivesse sido arquivada. "Eu digo sempre: essa ação só existe graças ao meu empenho, modéstia às favas."

O presidente do TSE afirmou, no entanto, que defendia a continuidade da ação para discutir o tema, e não visando a cassação do mandato.

Herman rebateu a fala do colega e disse preferir "anonimato". "Não escolhi ser relator. Preferia não ter sido relator. Mas tentei cumprir aquilo que foi deliberação do tribunal", afirmou. Ele também afirmou que um juiz dedicado a seus processos não deveria ter "nenhum glamour".
Primeiras sessões - Durante a leitura da primeira parte de seu voto, Benjamin consumiu quase quatro horas contestando as preliminares levantadas pelas defesas de Dilma e Temer.
Os advogados alegam que as provas da Odebrecht não poderiam ter sido colhidas por iniciativa do relator; que não tiveram oportunidade de acessá-las enquanto estavam em sigilo; e que foram obtidas a partir de vazamentos ilegais.
Benjamin contestou cada um desses argumentos, ressaltando que desde o início do processo, a ação do PSDB já apontava doações à campanha com dinheiro de propina, supostamente atrelado a contratos de empreiteiras com a Petrobras.
Ele também considerou que a lei e o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizam o juiz a “buscar a verdade dos fatos” ao longo do processo.
Quanto ao cerceamento de defesa, afirmou que os advogados puderam questionar os delatores em depoimentos prestados ao próprio processo no TSE.
O ministro também rejeitou o argumento dos vazamentos, afirmando que era “público e notório” que os executivos da Odebrecht haviam fechado delação e que seus depoimentos no TSE foram autorizados pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF.

Próximos passos

O julgamento vai ser retomado nesta quinta-feira, de manhã. Inicialmente haveria somente sessão de manhã e à noite, por conta do plenário do Supremo Tribunal Federal, mas uma sessão extra deve ser convocada para as 14 horas.

De acordo com Gilmar, também podem ocorrer sessões extraordinárias na sexta e no sábado, caso seja necessário.

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