quinta-feira, 13 de julho de 2017

Desembargador maranhense que soltou Geddel foi indicado por Sarney, diz jornalista


 

O desembargador maranhense Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), autorizou o ex-ministro Geddel Vieira Lima a deixar o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, para cumprir prisão domiciliar.
O jornalista da revista Época, Diego Escosteguy, lembrou que o desembargador Ney Bello foi indicado ao cargo por José Sarney. Um dos políticos mais próximos ao presidente Michel Temer, Geddel foi preso preventivamente pela Polícia Federal (PF) no início do mês, em Salvador, por suspeita de obstrução da Justiça – atrapalhar as investigações da Operação Cui Bono, que apura supostas fraudes na liberação de crédito da Caixa Econômica Federal.
Sarney é o principal aliado e conselheiro de Temer. Geddel também é amigo do presidente e articulador político de peso dentro do PMDB. Foi destacado por Temer para a Secretaria de Governo. Com status de ministro, atuou na articulação política, negociando os interesses do Planalto com os deputados e senadores. Foi obrigado a pedir demissão, desgastado pelas acusações do então ministro da Cultura Marcelo Calero.
De acordo com o jornalista, em 2013 o então senador José Sarney fez lobby em favor de Ney Bello. “A pressão de Sarney para que Dilma nomeasse Ney Bello ao TRF foi confirmada à ÉPOCA, em 2013, por 2 fontes com conhecimento direto do fato”, recordou. Sarney pediu a então presidente Dilma Rousseff – e com muita insistência – que promovesse o juiz federal Ney Bello Filho. Ele constava na lista tríplice de indicados a uma vaga de desembargador no TRF da 1ª Região.
Ainda segundo o Editor-chefe da Época, o desembargador dera decisões favoráveis ao filho de Sarney na Boi Barrica. Passou pelo gabinete de Ney Bello um dos processos da operação Boi Barrica – aquela que desvendou esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o empresário Fernando Sarney.
“Ele [Ney Bello] desbloqueou uma conta bancária descoberta pela Polícia Federal no exterior. Por influência de Sarney, foi admitido na Academia de Letras do Maranhão. Sua família é influente na política do Maranhão”, lembrou.


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