Há 226.450 pessoas “ultrarricas” espalhadas pelo mundo. Com fortunas superiores a US$ 30 milhões (R$ 99 milhões), essas pessoas fazem parte de uma categoria que vem crescendo, segundo o relatório 2017 sobre “ultrarricos”
Há 226.450 pessoas “ultrarricas” espalhadas pelo mundo. Com fortunas superiores a US$ 30 milhões (R$ 99 milhões), essas pessoas fazem parte de uma categoria que vem crescendo, segundo o relatório 2017 sobre “ultrarricos” publicado pela consultoria Wealth-X.
De acordo com o relatório, houve no ano passado um aumento de 3,5% no número de milionários e do valor do patrimônio que acumulam – somados, seus patrimônios totalizam o equivalente a R$ 89 bilhões.
Com tantos recursos, que cidades essas pessoas escolhem para viver?
Magnetismo poderoso
A opção de moradia número um dos “ultrarricos” é Nova York (EUA). De acordo com o estudo, 8.350 milionários vivem na região que compreende Nova York, Newark e Jersey City.
“O principal centro financeiro do mundo e a maior economia local dos Estados Unidos continua a ser um poderoso ímã para os ultrarricos”, diz o relatório.
Outros dois centros financeiros globais, Hong Kong (7.650) e Tóquio (6.040), ocupam respectivamente a segunda e terceira posições do ranking. A capital japonesa, por sua vez, foi a que registrou proporcionalmente o maior aumento de milionários.
Domínio dos EUA
Dos 30 destinos principais escolhidos pelos milionários, mais da metade são americanos.
“Os EUA abrigam 5 das 10 principais cidades do ranking”, diz o relatório. “Todas as cidades, menos uma, Houston, registraram aumento em sua população ultrarrica em 2016, beneficiando-se do melhor desempenho dos mercados financeiros americanos, da expansão contínua do lucro do setor de tecnologia e da grande atração da economia americana em tempos de incerteza.”
Além de Nova York, Los Angeles também concentra grande quantidade de milionários, cerca de 4,6 mil. E, junto com Chicago (3.110), Washington (2.570) e Dallas (2.330) ambas estão entre as cinco cidades americanas preferidas dos mais ricos.
Outras metrópoles como São Francisco, Houston, Boston, Filadélfia, Seattle, Atlanta, Miami, Minneapolis, Detroit, San Diego e Phoenix também figuram no radar das maiores fortunas mundiais.
O caso de Londres
A capital britânica ocupa a quinta posição da lista de cidades com o maior número de milionários no mundo, e o primeiro lugar entre as cidades europeias. São 3.630 moradores com patrimônio superior a U$ 30 milhões.
Apesar disso, Londres sofreu em 2016 a maior queda proporcional de ultrarricos do ranking, uma vez que “os níveis de riqueza foram afetados pela fraqueza da moeda (a libra) e preocupações relacionadas ao Brexit (em referência ao processo de separação do Reino Unido da União Europeia)”, diz o relatório.
E Paris, o outro grande destino europeu escolhido pelos milionários, aparece na sequência da capital britânica, com um total de 3.440 ultrarricos.
E a América Latina?
Se a América do Norte e a Ásia registraram o maior crescimento no número de pessoas ricas, América Latina e Caribe apresentaram a maior queda em termos de riqueza coletiva em 2016, embora não tanto no número de milionários.
A América Latina e o Caribe contam com 6.850 milionários com uma fortuna combinada de US$ 945 bilhões.
De acordo com o ranking global, apenas dois países latino-americanos têm forte presença de milionários: Brasil e México. O Brasil ocupa o 14º lugar na lista, com 3.570 milionários com um patrimônio combinado de US$ 451 bilhões.
O México, por sua vez, aparece como 29º colocado no ranking, com 1.035 ultrarricos e uma fortuna combinada de US$ 205 bilhões. E nenhuma cidade latino-americana aparece no ranking dos 30 destinos preferidos dos ultrarricos para morar.
Mais milionários, mas menos bilionários
O relatório revela ainda que quase metade da população mundial ultrarrica possui entre US$ 30 milhões e US$ 50 milhões.
Em 2016, todos os níveis da população milionária mundial cresceram em número e registraram aumento no patrimônio líquido, com exceção dos bilionários.
Esse grupo registrou um declínio de 3,1% em tamanho em comparação com o ano anterior – a primeira queda anual desde a crise financeira global, com um impacto de 3,7% na sua riqueza combinada em dólares.
Mas o número de bilionários e a quantidade de dinheiro que eles controlam permanecem significativo. Eles representam 1,1% do total de indivíduos ultrarricos e acumulam cerca de 28% da riqueza global, segundo o relatório.
Desigualdade
Um grupo de apenas oito bilionários têm em suas mãos mais riqueza do que metade da população mais pobre do mundo (cerca de 3,6 bilhões de pessoas). De acordo com um relatório da Oxfam, ONG britânica de combate à desigualdade, a lacuna entre ricos e pobres é “maior do que se imagina”.
Entre os mais ricos do mundo, segundo a Forbes/Oxfam, estão Bill Gates (EUA), cofundador da Microsoft (US$ 75 bilhões); Amancio Ortega (Espanha), fundador da Zara e proprietário da Inditex (US$ 67 bilhões); e Warren Buffett (EUA), acionista majoritário da Berkshire Hathaway (US$ 60,8 bilhões).
Maioria homem
A população mundial de ultrarricos segue dominada pelo sexo masculino. As mulheres representaram apenas 12,8% dessa faixa de riqueza em 2016. Segundo relatório da Wealth-X, essa proporção tem se mantido estável nos últimos anos.
O patrimônio líquido médio, no entanto, é muito semelhante para ambos os sexos – US$ 110 milhões para as mulheres e US$ 120 milhões para os homens.
O relatório também destaca que, em sua maioria, as fortunas foram construídas pelos próprios milionários, e não foram herdadas.
Ou seja, dois terços de suas riquezas são resultado de negócios e/ou investimentos bem-sucedidos.
No caso de 22% dos mais ricos, a riqueza foi acumulada por uma combinação de herança e negócios pessoais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário