Alessandro Gianninni e Dimitrius DantasO Globo
Após o Tribunal de Justiça de São Paulo proibir a realização de um show do cantor Caetano Veloso na ocupação “Povo sem Medo” do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), em São Bernardo do Campo, o músico foi à ocupação, mas obedeceu à decisão judicial e não cantou. O cantor ficou boa parte do tempo em uma tenda na ocupação. Depois, saiu com o líder do movimento, Guilherme Boulos, sua mulher e empresária, Paula Lavigne, e outros artistas. O cantor permaneceu em silêncio durante os discursos, mas chegou a falar com os sem-teto.
“Viemos aqui para cantar em ação de solidariedade ao movimento que vocês levam, mas movimentos legais evitaram que isso acontecesse. Mas nós estamos juntos” — disse o cantor.
SEM EXPLICAÇÃO – Em uma coletiva improvisada no local, Caetano disse que, entre as músicas que planejava cantar, estava “Gente”. A pedidos de Paula Lavigne, o cantor cantou um trecho da música aos jornalistas. Questionado se a proibição equivaleria a uma censura, Caetano disse apenas que se sente mal por não poder cantar.
“Eu não sou técnico em questões legais. Me sinto mal, dá a impressão de que não é um ambiente propriamente democrático. Não sei, pode ser um modo de reprimir alguma ação que seria legítima. Mas eles apresentam também justificativas por causa de segurança, porque o lugar não foi vistoriado. Eu acho que é a má vontade deles. Eu não participei da organização, sou um convidado. Aceitei vir porque me interessou” — disse Caetano.
Mais cedo, uma decisão da juíza Ida Inês Del Cid proibiu a realização do show por razões de segurança. No seu despacho, a magistrada disse que o brilhantismo e a voz inigualável de Caetano traria muitas pessoas pra o evento e que o local não teria as condições necessárias para garantir a segurança de tantas pessoas. A juíza determinou uma multa de R$ 500 mil.
MISSÃO DE PAZ – “Nós não estamos aqui para fazer guerra, estamos em missão de paz. E vamos fazer tudo certo. Mas uma coisa eu prometo: nós ainda vamos fazer esse show “— disse Paula Lavigne aos sem-teto da ocupação.
Líder do movimento, Guilherme Boulos criticou a decisão judicial. Segundo ele, a decisão rasgou a Constituição e a prefeitura, o Ministério Público e a Justiça agiram juntos para proibir o show.
“Esse prefeito (Orlando Morando, do PSDB) deve estar morrendo de dor de cotovelo. Esses artistas todos reunidos aqui conosco é a melhor resposta” — afirmou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Proibir Caetano Veloso (ou qualquer artista) de se apresentar foi um ridículo ato de autoritarismo, sob o argumento pífio de preservar a segurança pública, que no Brasil já se tornou uma peça de ficção, virou Teatro do Absurdo. Caetano, Paula Lavigne e os outros artistas simpatizam com a causa da falta de moradias populares, mas não sabem que estão sendo usados pelo PCdoB, que organiza e comanda os atos de invasão e ocupação do MTST, com motivos políticos. Pessoalmente, sou a favor da causa, mas não apoio os métodos do MTST, que deveria ocupar áreas públicas abandonadas, mas invade também até pequenas casas e imóveis de propriedade particular, ocupam e colocam faixas e cartazes na entrada, em desafio à ordem pública. E isto está errado, muito errado. Mas proibir um artista de se apresentar, seja onde for, é um ato reprovável, um retrocesso. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Proibir Caetano Veloso (ou qualquer artista) de se apresentar foi um ridículo ato de autoritarismo, sob o argumento pífio de preservar a segurança pública, que no Brasil já se tornou uma peça de ficção, virou Teatro do Absurdo. Caetano, Paula Lavigne e os outros artistas simpatizam com a causa da falta de moradias populares, mas não sabem que estão sendo usados pelo PCdoB, que organiza e comanda os atos de invasão e ocupação do MTST, com motivos políticos. Pessoalmente, sou a favor da causa, mas não apoio os métodos do MTST, que deveria ocupar áreas públicas abandonadas, mas invade também até pequenas casas e imóveis de propriedade particular, ocupam e colocam faixas e cartazes na entrada, em desafio à ordem pública. E isto está errado, muito errado. Mas proibir um artista de se apresentar, seja onde for, é um ato reprovável, um retrocesso. (C.N.)
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