Em nove dias, Lula deve percorrer 2.700 quilômetros no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná
Com a possibilidade de sua prisão cada vez mais próxima, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começa nesta segunda-feira mais uma caravana em busca de apoio popular, desta vez pela região Sul do país.
Em nove dias, Lula deve percorrer 2.700 quilômetros no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. Nas etapas anteriores, a caravana percorreu os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, além da região do Nordeste.
Logo na primeira etapa, na cidade gaúcha de Bagé, Lula deve deve ser recebido com protestos, organizados por associações ruralistas, a associação comercial local e lojistas. Organizadores do protesto ameaçam bloquear, com tratores e caminhões, o acesso de Lula à Unipampa (Fundação Universidade Federal do Pampa), onde o ex-presidente iniciará sua agenda no estado.
No início do mês, a Câmara de Vereadores de Bagé aprovou moção de repúdio à visita de Lula. Há risco de confronto com seus apoiadores, segundo autoridades do estado.
A caravana estará em curso quando, no dia 26 de março, a a 8ª Turma do TRF-4, de Porto Alegre, pode analisar recursos contra a condenação e definir pela prisão do ex-presidente. Pela programação, Lula estará em Foz do Iguaçu na data.
A prisão nos próximos dias é uma possibilidade cada dia mais concreta segundo pessoas próximas a Lula. Em livro lançado na sexta-feira, o próprio ex-presidente afirma que está “pronto” para ser preso.
Ainda assim, Lula e o PT seguem o projeto eleitoral, de olho em sua volta ao Planalto. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o partido deve lançar um manifesto defendendo o fim do teto dos gastos públicos, que congelou as despesas federais por 20 anos.
Seria uma espécie de nova versão da Carta ao Povo Brasileiro, que em 2002 ajudou a afastar a rejeição a Lula no mercado financeiro.
Ainda não há data para divulgação do documento. Além de aguardar pelas definições de Porto Alegre, o petista tem esperança de que o Supremo Tribunal Federal revise a jurisprudência sobre a prisão de condenados em segunda instância. Enquanto a Justiça não se define, Lula viaja, fomentando divisões Brasil adentro.
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