Pedro do Coutto
São dois acontecimentos que se destacaram nas últimas 48 horas. Ontem, a Seleção brasileira derrotou a Sérvia no gramado de Moscou. Na terça-feira, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, entre outras questionáveis providências, libertou os condenados José Dirceu e Cláudio Genu mandados para a prisão pelo TRF da 4ª região. Vamos por partes.
A Seleção de Ouro jogou uma boa partida. Neymar prendeu menos a bola, não driblou tanto, voltava para ações defensivas. Não reclamou do juiz e não ofendeu a arbitragem e jogadores adversários. Aliás, fez uma promessa na véspera da partida que mudaria sua presença em campo. Cumpriu.
EM CONJUNTO – Prevaleceu um conjunto da Seleção, atacando em velocidade com os homens de frente voltando para o meio campo e também para a própria área ocupada por Tiago Silva e Miranda. Felipe Luiz, que substituiu Marcelo teve ótima atuação.
Difícil destacar os desempenhos individuais quando o escrete desenvolveu um trabalho conjunto muito bom. Agora vamos pensar na segunda-feira quando enfrentaremos o México às 11 horas.
O futebol brasileiro revelou estar se encontrando consigo mesmo e ocupando maciçamente todos os espaços da partida. A vitória não foi fácil, a Sérvia jogou bem, prevaleceram a técnica e a tática expostas por nossa Seleção. O técnico Tite, aliás, interpretou bem o resultado contra Costa RIca e posicionou mais objetivamente os esforços conjuntos do time. Uma das modificações táticas, inclusive de importância fundamental foi ter adiantado Neymar aproximando-o da área adversária. A torcida brasileira está festejando e tem motivos para acreditar em nosso sucesso.
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SUPREMO PERDE NA SEGUNDA TURMA
SUPREMO PERDE NA SEGUNDA TURMA
Por que afirmo isso? Simplesmente porque os ministros Dias Tófoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski não levaram em consideração a jurisprudência da Corte e por três votos a um deixaram Edson Fachin solitário e libertaram José Dirceu e Cláudio Genu. Como é possível o trio de sempre ignorar que existia uma decisão da Corte sustentando a prisão de condenados em segunda instância?
O relator da matéria, Edson Fachin viu seu parecer tornar-se uma ação simplesmente isolada.
Não foi a primeira vez que Tofoli, Gilmar e Lewandowski assumiram posição totalmente liberal em relação a condenados. Desta vez a decisão que tomaram foi manchete das edições de ontem de O Globo, Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo. No Valor recebeu chamada na primeira página. Provavelmente o acontecimento será examinado pela ministra Carmen Lúcia , presidente da Corte, se houver recurso do relator ou de Raquel Dodge, Procuradora Geral da República ao Plenário.
SEGUNDA TURMA – Uma questão adicional: Por qual motivo os problemas que envolvem condenados caem costumeiramente na Segunda Turma? Todas as ações da Lava Jato são relatadas por Fachin, que é da Segunda Turma, mas os advogados dos réus também agem nesse sentido.
Criou-se praticamente uma rotina. Cabe, então, uma pergunta. Por que motivos, entre Toffoli, Gilmar e Lewandowski, não se encontra uma divergência de voto entre os três?
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