Heitor MazzocoO Tempo
Na tentativa de tirar Marcio Lacerda (PSB) da disputa pelo governo de Minas Gerais, a comissão provisória do PSB de Minas entrou com pedido de impugnação do registro de candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). O PSB de Minas afirma no documento de 240 páginas que Lacerda desrespeitou decisão da legenda em nível nacional, que optou em não lançar candidatura própria nas eleições deste ano.
De acordo com o diretório do PSB de Minas, Lacerda tinha ciência de que a executiva nacional poderia alterar, cancelar ou aprovar as coligações em todo Brasil.
COLIGAÇÃO – O documento ainda afirma que a coligação feita por Lacerda em Minas Gerais – formada por PSB, PRB, PDT, MDB, Podemos, PV e Pros – não tem diretrizes de “esquerda ou centro-esquerda”.
“De se ver, com todo respeito, que diversos partidos ‘cobiçados’ pela então direção partidária provisória estão longe de pertencer ao espectro de esquerda ou centro-esquerda, tal como exigido pela Resolução nº 001/2018 do Congresso Nacional do Partido, composto por mais de 200 delegados. Nesse contexto, de deliberada intenção de descumprimento das diretrizes partidárias, a resposta trouxe preocupação ao Diretório Nacional e também começou a gerar profundas desavenças no contexto das próprias lideranças estaduais”, diz trecho do documento protocolado na sexta-feira (17).
PROJETOS PESSOAIS – A comissão provisória do PSB de Minas alega ainda que a candidatura de Marcio Lacerda e suas alianças são “pouco focadas nos projetos estaduais dos partidos e mais canalizadas para a realização de seus próprios projetos pessoais”.
“A candidatura de Márcio Lacerda ao Governo nada tinha de certa ou pacífica dentro da agremiação, pois passou ele a ser igualmente cogitado para disputar a Vice-Presidência da República, e até o Senado, com partidos diversos, o que colocava em situação de inquestionável dúvida e precariedade a sua alegada pretensão, mas, por igual, colocava em xeque os motivos subjacentes às suas pretendidas alianças, pouco focadas nos projetos estaduais dos partidos e mais canalizadas para a realização de seus próprios projetos pessoais”, diz a comissão provisória.
A assessoria de imprensa de Marcio Lacerda responde que a “ação não tem legitimidade, porque no dia 2 de agosto a Nacional do PSB fez intervenção em Minas. No dia 3 de agosto conseguimos liminar que manteve a direção estadual. A candidatura é legitima e a direção nacional sempre apoiou”.
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