sexta-feira, 28 de setembro de 2018

O que Bolsonaro vai fazer com o Nordeste?


 

Bolsonaro, segundo as pesquisa Datafolha divulgada na semana passada, só não lidera na região Nordeste.



Jair Bolsonaro tem que falar para a região, e já ( foto: Politica Real)
(Brasília-DF) Nesses últimos dias, que antecederam à chegada das duas semanas que restaram ao primeiro turno das eleições gerais, o líder nas pesquisas, deputado federal Jair Bolsonaro(PSL-RJ), falou duas vezes, nas redes sociais, twitter, sobre redução do Estado. No domingo,23, ele começou o dia falando na redução de um grande número de estatais.
A agência Política Real já procurou alguns dos nomes nordestinos mais próximos da campanha de Jair Bolsonaro, no Nordeste, como Julian Lemos. O questionamento mais destacado foi o que o candidato do PSL vai fazer com o Nordeste. Ele já publicou em tuítes, já durante a convalescência no Hospital Albert Einstein, que vai investir em ações hídricas, espelhada na experiência em Israel, famosas irrigações feitas no deserto, assim como investimento em energia limpa.
Desde quando ele mandou o seu mentor econômico, o economista Paulo Guedes, se recolher depois do mal-entendido sobre um imposto tipo CPMF para substituir vários outros, essa questão econômica ficou muito de lado. Guedes vinha conversando com membros do chamado Mercado. Ele que é um financista e ultra liberal.  Ele não vinha dando uma palavra sequer sobre o chamado desenvolvimento regional.
Bolsonaro, segundo as pesquisa Datafolha divulgada na semana passada, só não lidera na região Nordeste. Os números revelam que o nordestino se condoeu com sua situação, estabelecida com o atentado do último dia 6 de setembro. Bolsonaro estaria empatado com Ciro Gomes(PDT), um candidato da região e bem atrás de Fernando Haddad.
Dizer que seria uma missão ingrata lidar com o eleitorado do Nordeste face a “paixão” que o nordestino tem pelos governos Lula, até seria fácil, porém o candidato do PSL é uma personalidade especial e o nordestino pode até ser saudoso mas se encanta com posturas personalistas que Bolsonaro representa.  O ex-capitão tem que falar como vai lidar com a região que mais tem empresas públicas voltadas para desenvolvimento regional.  Bolsonaro tem que dizer o que vai fazer e lidar com o grande números de universidades públicas, institutos federais, a  maior estrutura de bancos públicos em uma única região do Brasil!
São muitas dúvidas que precisam ser esclarecidas, pois se sabe que o vice líder nacional nas pesquisas, e que caminha para chegar bem no final desta volta da disputa, Fernando Haddad(PT) tem argumentos de sobra para dizer que pode lidar bem com a região. Foi em sua administração no Ministério da Educação que Mossoró virou um polo de Educação no oeste potiguar, que as universidades federais da Bahia se multiplicaram, que isso que aquilo.  A burocracia dessa e de outras estruturas sabem o que podem contar com um possível governo de um segundo poste de Lula.
Ainda há possibilidade de alguns dos que estão mais atrás nas pesquisas, até porque em 2014, segundo a mesma Datafolha, 23% do eleitorado mudou de voto na última semana antes do pleito - como Ciro Gomes ou até Geraldo Alckmin chegarem a um segundo turno. Todos tem ideias claras sobre o que fazer com a questão regional. Ciro Gomes foi Ministro da Integração Nacional e Alckmin chegou a emprestar bombas da seca em São Paulo para ajudar na fase final da transposição do São Francisco.   No caso de Bolsonaro, não se tem clareza de nada.  Um amontado de ideias gerais, nada além que isso.
Independente das metas eleitorais, até porque time que está ganhando não costuma mudar suas estratégias, é importante para o país, e ao processo eleitoral como um todo , tenha mínimos esclarecimentos sobre políticas públicas fundamentais.
Bem, há tempo para que se fale desse assunto. Ele deveria cuidar, sim, sobre isso e já!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista

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