O desembargador Sebastião Ribeiro Martins foi eleito - com 19 votos a favor e um contra - presidente do Tribunal de Justiça do Piauí no início da tarde desta segunda-feira (1). O voto contra foi do desembargador Ricardo Gentil Eulálio, atual corregedor-geral, que criticou a mudança no Regimento, que segundo ele, seria uma manobra para Sebastião Martins concorrer à eleição.
Durante a votação teve um bate-boca entre Ricardo Gentil e o atual presidente do TJ, Erivan Lopes. A polêmica teve início, porque segundo o critério de antiguidade, o presidente deveria ser o desembargador Joaquim Santana, mas ele alegou questões pessoais e familiares para não concorrer. O nome Sebastião Ribeiro Martins foi escolhido pelo colegiado para assumir a gestão do Tribunal.
Lopes disse que Gentil não teria preparo para o cargo. "Para se sentar nessa cadeira é preciso ter equilíbrio emocional, ser racional e tolerar muitos insultos. A história mostra que o senhor não está preparado para isso. Fez um discurso como se só o senhor tivesse virtudes, atirou pedras contra o seu próprio tribunal. É preciso ter coerência. A história mostrou que atuei corretamente em não manter o apoio que outrora pensei em lhe oferecer. Vossa excelência não tem o equilíbrio necessário para assumir essa presidência.", destacou.
Ricardo Gentil retrucou: "Parece que a carapuça lhe serviu. Eu não estou aqui atrás de cargos, só queria que o regimento fosse respeitado", argumentou.
Ouça o áudio:
O corregedor questionou o fato de Sebastião Martins ser o vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e de acordo com o antigo regimento, ele teria que ter renunciado antes da eleição. Porém, com o novo regimento, ele só vai precisar renunciar no dia da posse, que ocorrerá 7 de janeiro de 2019.
Segundo apurou o Cidadeverde.com, o desembargador Ricardo Gentil esperava ter o apoio do presidente Erivan Lopes para concorrer à presidência, o que não ocorreu, por isso o voto contrário. Erivan demonstrou apoio a Sebastião Ribeiro.
Sebastião diz não guardar magoas de Ricardo Gentil e afirma que vai trabalhar por todos. "Eu não guardo rancor do juiz Ricardo Gentil. Ele é um grande juiz, todo mundo sabe disso. Se ele tivesse sido candidato eu teria votado nele, eu não me ofereci para ser presidente, eu fui convidado. Nós estamos numa democracia e o juiz Ricardo Gentil tem todo o direito de votar contra", afirmou.
O novo presidente afirma que vai trabalhar para manter a unidade do Tribunal. “Vamos administrar para todos. Essa é a nossa postura. Vamos trabalhar ainda para aumentar a produtividade do Tribunal de Justiça. O presidente Erivan Lopes tem feito um grande trabalho neste sentido e nós vamos continuar. O importante é que o Tribunal sirva aos anseios da sociedade”, afirmou.
Lídia Brito
lcidadeverde.
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