quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Cada civilização tem uma forma encantadora de abordar a beleza dos pássaros

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A beleza e a ternura dos pássaros na História do Homem
Antonio Rocha
Conversando outro dia com o Paulo III, neste ótimo blog TI = Textos Indeléveis, lembrei desta crônica, cujo tema aborda a realidade de que cada civilização tem uma forma de abordar a beleza dos pássaros, penso eu. Certa feita, na década de 1980, publiquei em O Globo uma resenha de um livro sobre Biologia e nele o autor informava que a espinha dorsal humana equivalia à espinha dorsal dos dinossauros, deduzindo-se então que somos “primos” distantes daquelas criaturas gigantescas. Pena que eu tenha esquecido o nome do citado livro. Tão logo reencontre, farei nova crônica.
Mas, e os pássaros com isso? Ora, na Evolução os passarinhos e outras aves de hoje também derivaram-se dos imensos dinossauros. Então, vejo as galinhas frágeis e os tenebrosos tiranossauros, percebendo que há algo em comum entre eles. Concluo com a “Lei de Impermanência da Vida que tudo muda”, conforme dizia o Buda no século VI antes de Cristo.
UM GARUDA – Na antiguidade, a Mitologia Hindu, nos fala de Garuda, “o Príncipe dos Pássaros” inimigo das serpentes, devoto do Deus Vixnu, o terceiro da Trindade Hinduísta: Brahma, Shiva e Vixnu, equivalente ao Espírito Santo (respeitando-se as devidas proporções, escrevo com todo respeito aos que discordam).
A Literatura Budista dos “Játakas” que fala das vidas anteriores de Sidarta Gautama, o Buda, esclarece que ele foi, em tempos remotíssimos um dos Garudas, dando a entender que existe uma espécie de muitos Garudas. E há um texto clássico da Literatura Tibetana cujo título é “A Lei do Buda entre os Pássaros”, em que cada passarinho se torna um personagem, fala, canta e recita diversas passagens da Ética Budista.
POMBA DA PAZ – No Ocidente, o querido Cristianismo avisa que uma das faces do Criador, o Espírito Santo, apareceu na forma de uma Pomba Branca quando Jesus era batizado pelo seu primo, o profeta João Batista, nas águas do Rio Jordão. E na Espanha existe a Devoção à Nossa Senhora da Pomba.
Por fim, encerrando esta pequena crônica e não esgotando o assunto que, a meu ver, é fascinante, esclareço que em português temos um ótimo exemplo de Literatura persa em “A Conferência dos Pássaros”, de Farid Ud-Din Attar, editora Cultrix, 1987, 162 páginas.
O texto data provavelmente do século XII e fala de uma Assembleia de Passarinhos, uma alegoria simbolizando a alma humana buscando a Divindade.
ISLÃ PACIFISTA – Farid é Sufi, a linhagem pacifista do Islã que já tratamos neste blog com o poeta Rumi. É poesia no estilo prosa: pequenos parágrafos encantando o leitor. No final, importante glossário. No verbete “pássaros” temos:
“Acreditam os muçulmanos que todas as espécies de pássaros (e muitos animais) possuem uma língua com auxílio da qual falam uns com os outros. O rei Salomão teria aprendido a língua dos pássaros”.
Sinto muito não poder me comunicar com os pássaros, mas, graças à Literatura estou encaminhando possível solução. Através de preces e orações já entrei em contato com o Espírito do Grande Sábio Rei Salomão (via pensamento e intuição) e já marcamos o início das aulas.

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