Amanda AlmeidaO Globo
Na ausência de PT e PSOL, que anunciaram boicote à posse, o senador e ex-ministro da Educação Cristovam Buarque (PPS) foi uma das poucas vozes críticas a Jair Bolsonaro, durante a solenidade de posse do presidente no Congresso, nesta terça-feira. Ele classificou o discurso de Bolsonaro como um “desastre”.
— Eu fiquei ainda mais preocupado com o discurso do presidente. Nota-se que é um discurso trabalhado, mas quando ele lança a responsabilidade da agressão que ele sofreu entre os adversários e inimigos, como se fosse uma coisa deliberada, uma conspiração, eu creio que ele esteja fazendo um gesto publicitário muito ruim — disse Cristovam, em referência ao trecho em que Bolsonaro diz que “inimigos da pátria” tentaram tirar a vida dele.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Cristovam Buarque, que é um político moderado, tem razão em demonstrar preocupação. O problema de Bolsonaro é seu despreparo, agravado pela falta de uma assessoria de alto nível. O discurso de posse é pleno de contradições. Particularmente, eu acredito que foi escrito pelo próprio Bolsonaro, tal o nível rasteiro apresentado. Disse reafirmar seu compromisso de construir uma sociedade sem discriminação ou divisão. Porem, ao mesmo tempo, anuncia que vai libertar o Brasil do socialismo, como meta, mostrando desconhecer que os países de maior qualidade de vida no mundo são sociais-democratas, como Noruega, Suécia e Finlândia. Aliás, Israel também é exemplo de socialismo democrático, mas Bolsonaro não sabe. Ele parece estar em campanha permanente, incorporando os sectarismo da Tradição, Família e Propriedade. O Brasil jamais conheceu o regime socialista. Quem passou mais perto foi Vargas, mas era trabalhista, criou um socialismo à brasileira. No Brasil, o regime vigente hoje é o mais perverso capitalismo financeiro do mundo civilizado, mas Bolsonaro não deu uma palavra sobre isso. Seu discurso foi de um radicalismo infantil, pois criticou até o politicamente correto, que é um avanço contra o racismo e propicia a defesa de todas as minorias. Ao que parece, Jair Messias Bolsonaro está querendo fazer jus ao nome e se transformar num líder messiânico. Vamos ver no que isso vai dar. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Cristovam Buarque, que é um político moderado, tem razão em demonstrar preocupação. O problema de Bolsonaro é seu despreparo, agravado pela falta de uma assessoria de alto nível. O discurso de posse é pleno de contradições. Particularmente, eu acredito que foi escrito pelo próprio Bolsonaro, tal o nível rasteiro apresentado. Disse reafirmar seu compromisso de construir uma sociedade sem discriminação ou divisão. Porem, ao mesmo tempo, anuncia que vai libertar o Brasil do socialismo, como meta, mostrando desconhecer que os países de maior qualidade de vida no mundo são sociais-democratas, como Noruega, Suécia e Finlândia. Aliás, Israel também é exemplo de socialismo democrático, mas Bolsonaro não sabe. Ele parece estar em campanha permanente, incorporando os sectarismo da Tradição, Família e Propriedade. O Brasil jamais conheceu o regime socialista. Quem passou mais perto foi Vargas, mas era trabalhista, criou um socialismo à brasileira. No Brasil, o regime vigente hoje é o mais perverso capitalismo financeiro do mundo civilizado, mas Bolsonaro não deu uma palavra sobre isso. Seu discurso foi de um radicalismo infantil, pois criticou até o politicamente correto, que é um avanço contra o racismo e propicia a defesa de todas as minorias. Ao que parece, Jair Messias Bolsonaro está querendo fazer jus ao nome e se transformar num líder messiânico. Vamos ver no que isso vai dar. (C.N.)
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