quinta-feira, 30 de maio de 2019

Representantes da saúde criticam falta de estrutura para médicos no interior

 
 

A Comissão de Educação, Cultura e Saúde da Assembleia Legislativa do Estado realizou na manhã de hoje, 30, audiência pública proposta pelo deputado Henrique Pires (MDB) sobre déficit de médicos nas cidades do Piauí e sobre o Programa Mais Médicos.

Segundo Henrique Pires, cerca de 40 profissionais do Programa Mais Médicos desistiram de participar, agravando a situação no interior do Estado. “A medicina de prevenção é de grande importância para a população como uma forma de cuidar e prevenir o agravamento na saúde. A situação da saúde em vários municípios do Piauí é gravíssima e a falta de médicos de atendimentos básico faz muita falta. Tem pacientes sendo transferido para Teresina com problemas que poderiam ser resolvidos lá, por um médico de atenção básica”, disse o deputado.

“Nós temos que cobrar do Governo Estadual e principalmente Federal a implementação do mais médicos nos municípios. Não adianta construir hospitais aqui em Teresina, a sobrecarga sempre vai existir se não nos voltarmos para a saúde do interior do Estado”, completou Henrique Pires.

Segundo o representante do Sindicato dos Médicos do Piauí, José Almeida, os programas básicos da saúde como Programa Saúde da Família e Mais Médicos não funcionam e a única forma de fixar médicos no interior do Estado é com concurso público e estruturando as unidades de saúde e hospitais. “Os médicos não querem morar numa cidade do interior que não tem estrutura básica para ele trabalhar. No Piauí nunca se foi construído um hospital de médio e grande porte no interior, o que temos é doação de guerra feita no Governo Alberto Silva. O médico que trabalha no interior tem que levar material próprio para atender os pacientes. A única forma de fixar um médico no interior é se tivermos um Plano de Cargos e Carreiras, como tem um juiz e um promotor”, disse o médico.

Francisco Pádua, representante da Fundação Municipal de Saúde de Teresina, explicou que a capital não aderiu ao Programa Mais e hoje possui 1446 médicos na rede, sendo 1130 efetivos e 316 substitutos. O médico defendeu uma parceria mais forte entre Governo Federal, Governos Estaduais e Municípios. “O sistema de saúde é único e o que precisamos é que os entes da federação conversem e definam a melhoria da saúde”, disse

Walace Miranda, representante do Conselho Regional de Medicina (CRM PI), fez um alerta sobre a saúde do interior do Estado que, segundo ele é preocupante. “Hoje a saúde no Piauí está pior do que há 10 anos. Não há problema o médico morar em Teresina e atender no interior, como acontece como a maioria dos médicos. O problema é o médico sair daqui para atender e não ter estrutura, com os aparelhos quebrados, sem insumos para trabalhar, sem medicamentos, sem até lençol e comida. O médico é mais uma vítima, assim como os pacientes”, disse.

A audiência foi presidida pela deputada Teresina Britto (PV) e contou com a presença dos deputados Cícero Magalhães (PT). Lucy (Progressistas) e Franzé Silva (PT).


Laryssa Saldanha -

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