Pedro do Coutto
O Banco Central divulgou sexta-feira e O Globo publicou no sábado uma reportagem de Renata Vieira, destacando a informação de que a dívida do governo para com o mercado financeiro atingiu, em maio, 5,48 trilhões de reais. A dívida é lastreada por notas do Tesouro Nacional, que em sua maioria rendem aos bancos e investidores um valor sobre o qual incidem juros de 6,5% a/a, taxa Selic.
O endividamento nos últimos meses representou um desembolso superior a 300 bilhões de reais. Como o Governo não tinha disponibilidade financeira, adotou a forma de capitalizar os juros emitindo mais NTS. Assim cresceu o estoque da dívida.
SEM PROJETO – Tenho a impressão que o presidente Bolsonaro não foi informado desse processo pelo Ministro Paulo Guedes. O titular da Economia tem como alvo a reforma da Previdência, mesmo assim na parte de reduzir despesas. Quanto a aumentar a receita não conheço qualquer projeto dele.
A dívida do Governo pesa hoje, lembra Renata Vieira, 78% do Produto Interno Bruto. O PIB atual é um pouco superior a 6 trilhões de reais. Porém, vale acentuar que em 2006 representava 52% do PIB. O crescimento da dívida vem aumentando de velocidade. Os dados foram comentados por Fernando Rocha, chefe do departamento de estatística do BC. A divulgação, claro, foi autorizada por Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.
Gabriel Martins, na mesma edição de O Globo, revela que o desemprego, além de atingir 12,9 milhões de pessoas, vem causando redução da renda salarial. É que as admissões são contratadas com salários mais baixos dos que eram pagos aos que foram demitidos. Resultado, salários menores agravando as receitas do INSS e do FGTS.
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QUAL SERÁ O DESTINO DOS EDIFÍCIOS DE FURNAS?
QUAL SERÁ O DESTINO DOS EDIFÍCIOS DE FURNAS?
Falei ontem sobre a relotação dos servidores de Furnas, uma vez que foi iniciada com a transferência parcial para o prédio da Eletrobrás no centro do Rio. O complexo da Rua Real Grandeza reúne três blocos que estão sendo desocupados. Mas também é possível que esses prédios sejam locados para outras atividades ou então aproveitados por grupos chineses que examinam a possibilidade de adquirir a maioria das ações dentro do projeto de privatização traçado pelo presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira.
Os processos de privatização, de modo geral, incluem de forma substantiva dois pontos. A diminuição do chamado passivo trabalhista, além da quitação de dívidas existentes, pois assim os novos acionistas iniciam sua atividade num jogo de zero a zero.
Há cerca de três anos a privatização parcial de Furnas foi colocada em pauta pelo então presidente Flávio Decat. Mas terminou não se realizando. Agora começa uma nova investida. Há dúvida porém é se a privatização depende ou não de lei aprovada pelo Congresso. O STF decidiu que as subsidiárias podem ser vendidas por ato executivo.
Mas Furnas, segunda maior estatal do país, criada pelo presidente JK, não pode a meu ver ser considerada subsidiária. Trata-se de uma empresa mãe na forma e no conteúdo.
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