sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Bolsonaro chama doação do G7 de ‘esmola’ e diz que trocará de caneta pois ‘Bic é francesa’

(Foto: Reprodução)

 

Em live, presidente comemorou PIB e atacou Doria por compra de jatinho: "irruuu!"
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Em sua já tradicional live semanal, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, na noite desta quinta-feira (29), que indultos de final de ano serão dados a “policiais presos injustamente”, que foram condenados, segundo ele, “por pressão da mídia”. 
Ao adiantar a postura que adotará, ele aproveitou para alfinetar o presidente francês, Emmanuel Macron, ao dizer que a assinatura do documento será feita “com caneta Compactor porque a Bic é francesa”.
Aos risos, o presidente sugeriu um boicote à França e chamou o dinheiro oferecido pelo presidente francês, Emmanuel Macron, para combater incêndios na Amazônia de “esmola”. 
“O Brasil vale muito mais do que 20 milhões de dólares”, afirmou. “O Macron me acusou de mentiroso, colocou em jogo a nossa soberania sobre a Amazônia”, emendou.
O presidente também voltou as baterias contra o governador de São Paulo, João Doria, e chegou a soltar uma "vaia cearense" durante o ataque, feito no encerramento da live (assista mais abaixo).
PIB trimestral
Antes, Bolsonaro comemorou o crescimento de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre do ano. Segundo ele, o crescimento, divulgado pelo IBGE, é "muito bem-vindo".
Ele e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, que também participou da transmissão, lembraram que algumas projeções apontavam para um porcentual menor de expansão para o PIB do trimestre encerrado em junho. Heleno, por sua vez, destacou que "essa taxa de crescimento cortou a ideia de que estávamos a caminho da recessão".
"Não sei o que será desse trimestre que já começou, mas o 0,4% é muito bem-vindo", ressaltou o presidente mais de uma vez na transmissão semanal.
Ainda sobre o crescimento da economia, Heleno disse que as pessoas precisam entender que, acima de "interesses pessoais, das vontades de cada um e de conchavos existe um País que tem tudo para ser grande". "A gente não se convence de que se precisa colocar interesse nacionais acima dos interesses pessoais", disse.
O ministro destacou que é preciso que se consiga que a população pense desta maneira, os políticos pensem desta maneira e o poder judiciário encare isso como desafio para modernizar o País. "Se não tivermos essa consciência, levaremos muito mais tempo para chegarmos no lugar onde podemos chegar em pouco tempo."
Heleno ainda disse que a recuperação do Brasil será mais rápida do que ele imagina. "Não dá para frear o desenvolvimento do Brasil. Tentaram, tentaram, tentaram e o Brasil sai do buraco e mostra o seu potencial", destacou.
O presidente Bolsonaro aproveitou para falar dos cortes de gastos que foram promovidos no segundo trimestre, dizendo que esses gastos foram menores do que nos primeiros três meses do ano. "Estamos fechando os gargalos. Os gastos públicos diminuíram sobre o primeiro trimestre, estamos fazendo tudo para que não haja desvios", afirmou.
'Índio quer garimpo'
O presidente também voltou a defender que não há anormalidade nas queimadas da Amazônia e que, se depender dele, novas demarcações de terras não serão feitas.
Augusto Heleno disse que demarcações já feitas devem ser revisadas, pois haveria "provas, denúncias" de que houve fraude em terras indígenas.
O presidente reiterou que quer “legalizar garimpo”. Disse ainda que, "se o índio quer (garimpo), vamos atender interesse do índio".
Bolsonaro disse que terá reunião em Letícia, na Colômbia, com países amazônicos para pensar em plano sobre desenvolvimento da floresta e soberania dos países que compartilham a região.
"Irruuu!" para jatinho de Doria 
No final da live, o presidente voltou as baterias contra o governador de São Paulo, João Doria (PSDB),  a quem acusou de ter 'mamado' no governo do PT. O presidente se referia à compra de aviões com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
"João Doria, comprou também? Explica isso aí. Só peixe, amigão do Lula e da Dilma. Vejo Doria falando 'minha bandeira jamais será vermelha'. É brincadeira. Quando estava mamando a bandeira lá, a bandeira era vermelha foiçasso e um martelo sem problema nenhum, né?", disse Bolsonaro, ao soltar um sonoro "irruuu!".
Assista.
Antes, o presidente ironizou o apresentador Luciano Huck. "Já apareceu aquela galerinha da compra do avião com 3% 3,5% (de juros) ao ano. Luciano Huck, que teta hein? Sou o último capitulo do caos?! Não foi ilegal a compra (de Huck), reconheço, mas só pra peixe", disse.
O BNDES divulgou em 19 de agosto uma lista de 134 empresas que contrataram financiamento do banco no período de 2009 a 2014 para a compra de jatos da Embraer. Entre essas empresas, está a Brisair, do empresário e apresentador de TV Luciano Huck, que obteve empréstimo de R$ 17 milhões em 2010. Aparecem na lista também empresas ligadas ao governador João Doria - que, via Doria Administração de Bens, financiou R$ 44 milhões em 2010.
O presidente disse que estes dados são parte da "caixa-preta do BNDES".
Em nota, Huck afirmou que usou linha de crédito do banco concebida "para favorecer a indústria nacional, abrindo-lhe condições de competir em pé de igualdade com produtores estrangeiros" e disse que o empréstimo foi "transparente, pago até o fim, sem atraso". "A compra e o financiamento da aeronave foi feita por meio de um contrato absolutamente legal, sem vício, vantagem ou privilégio", diz a nota do apresentador.
O governo de São Paulo informou em nota que não há irregularidade no financiamento. "A Embraer vendeu dezenas de jatos executivos e comerciais para empresas brasileiras e estrangeiras com financiamento do BNDES, gerando empregos e impostos para o Brasil. Nada errado nisto", diz o comunicado. Com informações do Estadão Conteúdo.
Veja a live completa.
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