O governador de São Paulo, João Doria, se manifestou contra a fala do líder do PSL na Câmara dos Deputados, Eduardo Bolsonaro (SP), nesta quinta-feira (31). O terceiro filho do presidente Jair Bolsonaro disse que de que se a "esquerda radicalizar" será posto em prática o regime de restrições democráticas vivenciado na Ditadura Militar conhecido como Ato Institucional número 5.
"Repudiamos a tentação autoritária e o silêncio de quem as patrocina. Conheci de perto o mal que ditadores e ditaduras fazem às pessoas, às famílias e ao país", escreve o governador paulista em nota.
João Agripino da Costa Doria Neto, pai do governador e de quem ele herdou o nome foi deputado federal e teve seu mandato cassado em 1964 a partir da vigência do Ato Institucional número um da ditadura militar, que implantou o bipartidarismo.
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Também já se manifestaram contra a fala de Eduardo os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e os partidos PT, PSB, PDT, MDB, DEM, PSDB e a ala do PSL ligada ao presidente do partido, Luciano Bivar.
O terceiro filho do presidente Jair Bolsonaro fez o comentário durante entrevista para a apresentadora Leda Nagle.
"Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual a do final dos anos 60 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, quando executavam-se e sequestravam-se grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais, de militares. Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente via precisar ter uma resposta. E a resposta, ela pode ser via um novo AI-5, via uma legislação aprovada através de um plebiscito, como aconteceu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada", defendeu.
Leia a íntegra da nota de Doria:
"O Brasil consolidou, ao longo de três décadas, a sua ordem democrática. As instituições funcionam e toda e qualquer ameaça à conquista do Estado Democrático de Direito deve ser repelida. A ruptura do modelo democrático é inaceitável. O país quer distância dos radicais que pregam medidas de exceção e atentam contra a Constituição.
Repudiamos a tentação autoritária e o silêncio de quem as patrocina. Conheci de perto o mal que ditadores e ditaduras fazem às pessoas, às famílias e ao país.
Reviver o passado traumático da nossa história é condenar o futuro do país e do seu povo. A democracia brasileira não tem medo de bravatas.
O Brasil estará unido para manter as liberdades civis, a imprensa livre e as garantias fundamentais. A Nação não deixará de ter fidelidade aos seus valores democráticos."
Reviver o passado traumático da nossa história é condenar o futuro do país e do seu povo. A democracia brasileira não tem medo de bravatas.
O Brasil estará unido para manter as liberdades civis, a imprensa livre e as garantias fundamentais. A Nação não deixará de ter fidelidade aos seus valores democráticos."
João Doria
Governador do Estado de São Paulo
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