Um dos vice-líderes do governo na Câmara, o deputado José Medeiros pediu à CPI mista das Fake News que chame o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e a cúpula do jornalismo da TV Globo para prestarem esclarecimento à comissão parlamentar de inquérito. Medeiros defende que os representantes da emissora devem falar sobre “ataques midiáticos” e seus “métodos jornalísticos”.
Os alvos do deputado são o apresentador e editor-chefe do Jornal Nacional, William Bonner, o diretor de jornalismo da Globo, Ali Kamel, o diretor-geral, Carlos Henrique Schroeder, e o presidente do Conselho de Administração do Grupo Globo, Roberto Irineu Marinho. Como o requerimento é de convite, caso seja aprovado, eles não serão obrigados a comparecer.
Na justificativa do pedido, Medeiros diz que “o bom jornalismo produzido pela Rede Globo não é impermeável a falhas humanas” e que os convidados podem detalhar os métodos com os quais produzem suas notícias jornalísticas, “em especial em relação à matéria veiculada na noite de 29 de outubro de 2019 sobre a suposta relação entre os assassinos da vereadora Marielle Franco e o presidente Jair Bolsonaro”.
O deputado alega que Witzel é suspeito de utilizar a máquina pública do estado do Rio de Janeiro para “perseguir e vilipendiar a família Bolsonaro, uma vez que este disputa a mesma base eleitoral do atual presidente da República e pretende lançar-se candidato a presidente em 2022”.
Reportagem veiculada pelo Jornal Nacional na última terça-feira (29) sustentava que um porteiro do condomínio onde Bolsonaro tem residência, no Rio, relatou que alguém que se identificou como “seu Jair”, na casa dele, autorizou a entrada de um dos suspeitos do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol). De acordo com o Ministério Público, o porteiro mentiu ou se equivocou. Áudios mostram que a autorização para o ingresso de Élcio Queiroz foi dada por Ronnie Lessa, outro suspeito do crime e também morador do condomínio.
Bolsonaro acusou a Globo de fazer "canalhice" e "patifaria" e Witzel de vazar a informação para a TV. A emissora divulgou uma nota em que se defende e diz que fez apenas jornalismo ao divulgar dados que constavam de inquérito. Também ressaltou que ela mesma informou que Bolsonaro estava na Câmara naquela data, o que tornaria impossível que ele tivesse atendido o interfone. Witzel afirma que jamais vazou qualquer informação e que está sendo injustiçado pelo presidente.
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