Marcelo Toledo
Folha
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Depois de uma paralisação que durou 13 dias, policiais militares do Ceará decidiram encerraram na noite deste domingo, dia 1º, o motim e aceitaram voltar às ruas a partir desta segunda-feira, dia 2. Representantes dos policiais e do governo cearense fizeram um acordo que prevê punições menos pesadas aos amotinados que participaram do movimento.
Não está prevista anistia, o que era um dos principais pedidos da categoria. A Folha confirmou a informação com representantes de policiais nas negociações. O movimento dos policiais militares teve início dia 18, o que fez explodir a criminalidade no estado nos dias seguintes. No dia anterior ao início da paralisação, o estado tinha registrado cinco crimes violentos. A média diária saltou para 28 nos dias seguintes, com mais de uma morte por hora.
ACÚMULO DE TRABALHO – Entre o dia 19 e o dia 24 foram registrados 170 assassinatos no Ceará. Depois, o estado decidiu não divulgar mais os dados. Alegou que a divulgação ocorria de forma extraordinária e que o setor responsável voltaria ao trabalho habitual de consolidar os números mensais e que, com o fim do Carnaval, havia um acúmulo de trabalho no setor de estatística.
A negociação entre a comissão formada pelos três Poderes do Ceará e os policiais militares travou na sexta-feira, dia 28, quando o governo do estado rejeitou anistiar os policiais paralisados. Era uma das 18 reivindicações dos policiais enviadas no dia anterior.
NOVA PROPOSTA – Uma nova proposta foi feita pela comissão e apresentada à categoria, que a levou a votação na noite deste domingo e foi aprovada pelos policiais. Em meio à crise, o presidente Jair Bolsonaro tinha decidido prorrogar até a próxima sexta-feira, dia 6, a GLO (Garantia da Lei e da Ordem), que autoriza o emprego das Forças Armadas e da Força Nacional para reforçar a segurança do Ceará.
Nas redes sociais, o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) comemorou o fim do motim. “Recebo com satisfação a notícia sobre o fim da greve dos policiais no Ceará. O Governo Federal esteve presente, desde o início, e fez tudo o que era possível dentro dos limites legais e do respeito à autonomia do Estado”, afirmou Moro.
Recebo com satisfação a notícia sobre o fim da greve dos policiais no Ceará.O Gov Federal esteve presente, desde o início, e fez tudo o que era possível dentro dos limites legais e do respeito à autonomia do Estado.Prevaleceu o bom senso, sem radicalismos. Parabéns a todos
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