Os governadores do Nordeste lançaram nova carta conjunta após reunião nesta sexta-feira (27). No documento, eles reforçam críticas ao posicionamento do Governo Federal de ir contra recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) quanto à manutenção da quarentena no País. Eles citam a propaganda institucional do Executivo Federal contra as orientações, “estimulando, inclusive, carreatas por todo o País contra a quarentena”. Segundo os mandatários, essa iniciativa representa “um verdadeiro atentado à vida”.
Os governantes também exigem que “cessem as agressões contra os governadores” por parte da Presidência da República e que passe a ser adotado um “posicionamento institucional, com seriedade, sobre medidas preventivas”. Segundo eles, os governos estaduais do Nordeste irão continuar "orientados pela ciência e pela experiência mundial, para nortear todas as medidas" de combate ao avanço da pandemia do novo coronavírus.
Para se contrapor ao que chamam de “falta de coordenação nacional, que deveria ser assumida pelo Governo Federal", os governadores pretendem fortalecer a integração regional, além de buscar uma articulação com as demais regiões. Eles ressaltam ainda o papel decisivo do Congresso Nacional nesta crise.
Diálogo
Na última carta lançada de maneira conjunta pelos governadores, na quarta-feira (25), logo após pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) criticando os governantes estaduais e chamando a Covid-19 de “gripezinha, os mandatários preferiram colocar panos quentes na situação e apelar para o “momento de união" e de "esquecer as diferenças políticas e partidárias".
Sem mudanças no posicionamento, os governantes endureceram as críticas ao Governo Federal e ao presidente. “A omissão em padronizar normas nacionais e a insistência em provocar conflitos impedem a unidade em favor da saúde pública. Assim agindo, expõe-se a vida da população, além de assumir graves riscos no tocante à responsabilidade política, administrativa e jurídica”, criticam.
Cobrança
Eles ainda solicitam pronunciamento oficial de órgãos estaduais e nacionais a respeito da questão. São eles o Conselho Federal de Medicina, o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde e a Sociedade Brasileira de Infectologia, além do acompanhamento e orientação do Ministério Público Federal e do Ministério Público dos Estados.
Assinam a carta Camilo Santana, do Ceará, Rui Costa, da Bahia, Renan Filho, de Alagoas, Flávio Dino, do Maranhão, João Azevedo, da Paraíba, Paulo Câmara, de Pernambuco, Wellington Dias, do Piauí, Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, e Belivaldo Chagas, de Sergipe.
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