Vicente Limongi NettoCorreio Braziliense
Sigo todas as instruções para manter-me vivo. Não dou trela ao azar. Não me deixo vencer pelo desânimo nem pelo seu parceiro, a irritação. Mantenho meus hábitos. Abro janelas. Arejo a casa. Saúdo o canto dos pássaros. Varro os cômodos. Penduro roupa no varal. Lavo louça. Telefono para netos e filhas. O distanciamento forçado alimenta e fortalece a alma com vigoroso e indispensável amor e solidariedade.
O espírito cultiva pensamentos voltados para aqueles que também sonham em preservar sua vida. Muitos deles, infelizmente, não têm alternativas materiais e financeiras para cuidarem-se com mais segurança.
HERÓIS DA RESISTÊNCIA – Imagino a intranquilidade e o tormento rondando lares e vidas de famílias amontoadas em cubículos. Sem condições básicas de saneamento. Onde falta de tudo um pouco. São legítimos heróis da resistência. Bravos anônimos. O governo não pode esquecê-los.
O isolamento nos leva a pensamentos e autocríticas. Sinto-me protegido, revigorado e orgulhoso com os esforços dos abnegados patriotas profissionais da saúde. Na mesma linha, aplaudo, também, e coloco no pedestal do bem os bombeiros, lixeiros, garis, policiais civis e militares, caminhoneiros, vigilantes, lixeiros, motoboys, frentistas de postos de gasolina, porteiros, empregados de farmácias, mercados e padarias, assim como os jornalistas e tantos outros profissionais, que também se arriscam .
Lamentável, por sua vez, que setores políticos não se entendam. O coletivo é prejudicado por juvenis arranca-rabos. Anteciparam 2022 sem a permissão dos eleitores. Oremos.
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