Pedro do Coutto
Ao comparecer à manifestação que reuniu milhares de pessoas em frente ao Palácio do Planalto, organizada contra o ex-ministro Sérgio Moro, o Supremo e o Congresso, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que “chegamos ao limite, não aceitamos mais interferência”, acrescentando que as Forças Armadas estão ao lado do povo para assegurar a democracia. Essas afirmações causaram forte movimentação nos meios políticos, como era de se prever.
Reportagem completa da CNN focalizou a longa manifestação registrando que os protestos eram mais dirigidos contra o ex-ministro Sérgio Moro, o Supremo Tribunal Federal e o Congresso.
ATAQUE AO SUPREMO – Quando Bolsonaro se referiu ao fato de não aceitar mais interferência em seu governo, estava na realidade referindo-se ao Supremo Tribunal Federal. Disse que os Poderes são independentes e Harmônicos entre si e essa harmonia tem que ser observada.
Em seguida, anunciou que hoje, segunda-feira nomeará o novo diretor geral da Polícia Federal. Deixou mais ou menos implícito que deverá ser alguém da confiança de Ramagem, cuja posse foi impedida pelo Supremo.
MUITAS REAÇÕES – Na parte da tarde de ontem a Globonews colocou no ar reações que se fizeram sentir ao longo do dia. O pronunciamento de Bolsonaro foi fortemente rebatido principalmente pelos governadores de São Paulo e Rio de Janeiro e pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Foi um final de semana movimentado em Brasília, e o Senado aprovou a ajuda financeira aos estados e municípios. Aprovou também o congelamento dos salários do funcionalismo federal até o final de 2021, modificando assim a matéria aprovada anteriormente pela Câmara. Os dois projetos voltarão para última discussão à Câmara Federal.
OUTRO ASSUNTO – Prosseguiu ontem a não observância da população quanto a cumprir as recomendações de governadores principalmente a não fazer aglomerações e uso de máscara. Aliás, um outro tema abordado por Bolsonaro foi o de culpar governadores pelo desemprego que voltou a crescer no país. O que deu margem a esse enfoque foi a decisão de estender por mais tempo o isolamento social, tomada pela maioria dos governadores e prefeitos
Como se constata, o Palácio do Planalto ,ao adotar um tom ameaçador, contribui para ampliar a crise política, que, juntamente com o coronavírus, constitui uma séria ameaça no horizonte.
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