Segundo Departamento Penitenciário Nacional, há 208 casos confirmados de coronavírus em prisões do país, além de 168 suspeitos
- SÃO PAULO
Kaique Dalapola, do R7
Seis mortes aconteceram em presídios de SP
6.7.2019 - Márcio Neves/R7
O Brasil chegou a 10 mortos por covid-19 no sistema carcerário, conforme dados atualizados pelo Depen (Departamento Penitenciário Nacional), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, na noite desta quinta-feira (30). Segundo as informações oficiais, seis óbitos foram em São Paulo, três no Rio de Janeiro e um no Espírito Santo.
A pasta do novo ministro André Mendonça ainda aponta que há 208 casos confirmados em presídios de 10 unidades federativas, e em nove Estados há pelo menos um caso de suspeita de contaminação do novo coronavírus.
Conforme atualização do Depen, o Distrito Federal concentra o maior número de presos com covid-19 confirmados: 165. São Paulo, com 11 confirmações, vem na sequência. A lista ainda tem Espírito Santo (10), Roraima (8), Pará (6), Rio de Janeiro (3) e Acre (2), além de Amazona, Ceará e Santa Catarina com uma confirmação em cada.
Já os Estados com suspeita de contaminação pelo novo coronavírus no sistema carcerário são: São Paulo (56), Minas Gerais (49), Ceará (21), Acre (20), Rio Grande do Sul (12), Rio de Janeiro (7), Amazonas (1), Roraima (1) e Santa Catarina (1).
Estado com mais mortes registradas e mais pessoas presas no país, São Paulo segue as medidas adotadas no país, de suspensão das visitas e, nesta semana, confirmou o cancelamento da saída temporária do Dia das Mães.
A saidinha anterior, em março, também havia sido suspensa. Foi a primeira medida do Governo de São Paulo como prevenção do avanço do coronavírus. Na ocasião, sem muitas informações da doença dentro do sistema carcerário, houve fugas e rebeliões em unidades do interior e do litoral paulista.
Desde então, presos do sistema carcerário paulista têm relatado dificuldades em comunicação com familiares e temor de contagio em massa entre os presos. Em uma carta escrita por preso em um CDP (Centro de Detenção Provisória) da região metropolitana de São Paulo, um preso que aguarda julgamento relata o medo e a solidão no presídio em tempo de pandemia.
"É difícil aqui, o sofrimento é grande, ainda mais agora com esse vírus. Além de sem visita, não tem audiência, e a minha tinha sido marcada pra abril, mas provavelmente vai adiar. Estou escrevendo esta carta escutando rap. Vários pensamentos, quero fica tranquilo, por minha mente no lugar. Isso não é vida pra nimguém", relata.
Um outro preso, que estava detido em uma penitenciário do interior e recebeu a liberdade na última terça-feira (28), afirma que a alimentação da unidade está restrita e os funcionários estariam atrasando as cartas destinadas aos internos
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