Foto: Alan Santos/PR
No momento em que o Brasil atinge a marca de 220 mil mortos pela Covid-19 e é apontado como o país que teve a pior gestão pública durante a pandemia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar medidas de isolamento social adotadas por prefeitos e governadores para evitar a disseminação do novo coronavírus.
"A política de fechar tudo e ficar em casa não deu certo. O povo brasileiro é forte, povo brasileiro não tem medo do perigo. Sabemos quem são os vulneráveis, que são os idosos e os que têm comorbidades. O resto tem que trabalhar", afirmou.
A Nova Zelândia foi apontada como país que melhor lidou com a crise sanitária em relatório feito pelo Lowy Institute, centro de estudos baseado em Sydney, na Austrália. O país praticamente erradicou o vírus ao adotar fechamento de fronteiras, isolamento de viajantes que chegavam, intenso rastreamento de contatos e lockdown.
As declarações de Bolsonaro foram dadas nesta quinta-feira (28) na cidade de Propriá (102 km de Aracaju), onde o presidente participou da cerimônia de abertura para o tráfego da nova ponte sob o rio São Francisco que liga os estados de Alagoas e Sergipe.
Em discurso, o presidente defendeu que os governadores reavaliem a adoção de medidas restritivas no combate à pandemia. "Isolamento, lockdown nos levam para a miséria. Sempre disse lá atrás que a economia anda de mãos dadas com a vida. A vida sem emprego se torna muito difícil."
Sobre a vacinação contra a Covid-19, o presidente deixou de lado o discurso de críticas à Coronavac e de atritos com o governador de São Paulo João Doria (PSDB). Afirmou que o governo federal firmou contratos e compromissos para aquisições de vacinas desde o ano passado.
"Sempre disse 'depois que [a vacina] passasse pela Anvisa, a gente compra a a vacina, seja qual for'", afirmou, destacando que as primeiras vacinas já começaram a chegar no Brasil e que outras ainda chegarão.
Participaram da cerimônia o governador de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD), que foi hostilizado por apoiadores do presidente, e o senador por Alagoas e ex-presidente Fernando Collor de Melo (Pros).
Minutos antes do início da cerimônia, Bolsonaro passou cerca de 20 minutos cumprimentando apoiadores. Ele também deixou o perímetro de segurança do evento para cumprimentar caminhoneiros que trafegavam pela BR-101.
O aceno à categoria acontece no momento em que o reajuste nos combustíveis reacendeu a ameaça de greve dos caminhoneiros, movimento previsto por alguns grupos para 1º de fevereiro. A paralisação é minimizada pelo governo.
Depois do ato, o presidente voltou a cumprimentar apoiadores e caminhoneiros. Junto com sua comitiva, foi almoçar em um restaurante nas margens da BR-101.
A obra de duplicação da ponte entre Propriá, em Sergipe, a Porto Real do Colégio, em Alagoas, foi iniciada em 2013, na gestão da então presidente Dilma Rousseff (PT) e teve a sua estrutura principal concluída em 2017, no governo Michel Temer (MDB), com investimentos de R$ 126 milhões.
Em maio de 2019, o governo Bolsonaro iniciou a duplicação em pavimento de concreto da via de ligação e o encabeçamento da ponte, etapa da obra na qual as cabeceiras das estruturas são aterradas pata nivelá-las na altura da rodovia.
Ao todo toram investidos R$ 21 milhões do Ministério da Infraestrutura nesta etapa da obra, que durou de maio de 2019 a janeiro de 2021.
A nova ponte tem 860 metros de extensão, 24 de largura e é composta por quatro faixas de rolamento, formando uma nova ligação entra Alagoas e Sergipe pela BR-101. Ao todo, já foram duplicados 50 km da rodovia federal em Alagoas e outros 26 km em Sergipe.
Fonte: Folhapress
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