segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Motoristas fecham acordo com Dr. Pessoa e paralisação deve acabar ainda hoje

 

 

Após reunião com o prefeito Dr. Pessoa e o presidente do Setut, Marcelino Lopes, ficou acordado que a prefeitura vai pagar o valor do ticket-alimentação de R$ 650 mil.

Alef Leão/GP1Motoristas decidem retornar às atividades após pagamento de ticketMotoristas decidem retornar às atividades após pagamento de ticket
Contracheque de um cobrador de ônibus grevista
Motoristas decidem retornar às atividades após pagamento de ticket
Reunião na Prefeitura de Teresina
Dr. Pessoa

Os motoristas e cobradores de ônibus fecharam acordo com o prefeito Dr. Pessoa, na manhã desta segunda-feira (25), que afirmou que vai depositar o valor referente ao ticket-alimentação de R$ 650 mil para que eles retomem as atividades. O valor deve ser transferido ainda hoje encerrando a paralisação.

A reunião aconteceu no Palácio da Cidade e contou ainda com a participação do vice-presidente do Setut, Marcelino Lopes, que explicou que em novembro de 2020, na gestão de Firmino Filho, houve um acordo onde a Prefeitura de Teresina se dispôs a fazer repasses ao Setut para custear o ticket-alimentação e plano de saúde pelo período de quatro meses. Foram pagas duas parcelas e a terceira, que deveria ter sido paga no último dia 20 de janeiro, ainda não caiu.

Durante a reunião ficou acordado que a prefeitura vai repassar o valor do ticket-alimentação para o Setut. “Ela [prefeitura] ficou de adiantar o valor que a gestão anterior tinha acordado com o Sintetro, de repassar um valor mensalmente. Nesse mês não foi repassado e sem repassar para nós, não temos como repassar para os nossos colaboradores”, afirmou. 

No entanto, o pagamento do ticket, no valor de R$ 650 mil, foi condicionado aos trabalhadores voltarem às atividades. “Pelo que ficou conversado aqui, a prefeitura condicionou a eles voltarem ao trabalho e assim que eles voltarem ela repassa o valor que deve ficar perto de R$ 650 mil. O que foi dito pela prefeitura é que uma vez encerrado esse movimento, que é ilegal porque não foi dada 72 horas, não foram cumpridas as normas para se ter qualquer movimento grevista, ela deposita o valor”, ressaltou o presidente do Setut.

Categoria

Antônio Cardoso, que é motorista de ônibus e participou da reunião, destacou que mesmo com a liberação do dinheiro do ticket, o que pode resolver a situação deles é o salário. “Liberou R$ 600 mil para pagar o ticket-alimentação, mas o que resolve é o nosso salário que é R$ 1.941 e a gente está recebendo fracionado, por dias e horas trabalhadas. A Medida Provisória 936 do Governo Federal acabou em novembro", disse.

Segundo Antônio, os empresários estão pagando os salários como se o restante ainda tivesse sendo pago pelo Governo Federal por conta da Medida Provisória. "Eles estão pagando como se a gente ainda estivesse sendo subsidiado pelo Governo Federal, sendo que a MP acabou em novembro e ninguém vê isso, juiz do trabalho, Ministério do Trabalho. Nós temos os contracheques, nós não fomos contratados para trabalhar por hora e nem por dia, nós temos contrato físico. Eu recebi R$ 616,00 referente a dezembro", exemplificou.

Ele disse ainda que somente o salário recebido não é suficiente para se sustentar. "Eu tenho atividade por fora, faço bico de mototaxista, a gente vai se virando, eu queria mesmo sair e tocar com minha vida normalmente, é uma profissão que eu escolhi, que eu gosto, somando tudo são 26 anos, mas chegou ao ponto que não dá mais, porque dizem que tudo é culpa da pandemia, mas a gente sabe que não é", criticou.

Municipalização

Dr. Pessoa voltou a falar que se não houver um acordo entre os empresários e a categoria ele vai municipalizar o transporte coletivo. "Se não evoluir o Dr. Pessoa, prefeito de Teresina, começará a montar um sistema de transporte coletivo, vamos ver a parte jurídica, caminhar dentro da legalidade, mas tomarei uma decisão, não vou deixar a sociedade de Teresina abandonada, já que esse Inthegra não integrou nada", afirmou.

Entenda o caso

No final de outubro do ano passado, os motoristas e cobradores de ônibus paralisaram as atividades do transporte público de Teresina. No dia 3 de novembro, o então prefeito Firmino Filho, apresentou proposta de garantir subsídio durante quatro meses para custear os tickets de alimentação e plano de saúde dos operadores do sistema de transporte público de Teresina.

No dia 5 de novembro, a categoria aceitou a proposta e encerrou a greve que durou 9 dias, com isso o pagamento dos benefícios, como ticket alimentação e plano de saúde dos trabalhadores referente a 4 meses ficaria sob responsabilidade da prefeitura.

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