A CPI dos Transportes Coletivos na Câmara Municipal de Teresina, presidida pelo vereador Dudu da Trindade, está na reta final dos seus trabalhos e a única certeza que se tem é que não dará nenhuma contribuição para equacionar o imbróglio entre a prefeitura e as empresas de ônibus, que tem causado sérios transtornos aos teresinenses que dependem desse meio de transporte.
Os nobres edis, quase todos hoje na base do Governo Municipal, com exceção de três ou quatro vereadores, perdem boa parte do tempo acusando a gestão anterior de ter contribuído para o caos que reina no setor. Acontece que até o final da gestão de Firmino Filho o sistema, mesmo com falhas pontuais, funcionava, os ônibus circulavam.
Foi nos primeiros dias da atual gestão que recrudesceu a crise do transporte urbano. Em vez de tentar um diálogo com os empresários, o governo do Dr. Pessoa partiu para ameaças, com o Vice-Prefeito e Secretário Municipal de Finanças, Robert Rios Magalhães, dizendo que a PMT iria romper o contrato firmado com o SETUT.
O prefeito, por sua vez, como se estivesse ainda em um palanque eleitoral, arrotava valentia dizendo que se o impasse não fosse rapidamente resolvido, seria criada a Empresa Municipal de Transportes Públicos, mas logo viu que a coisa não era tão fácil assim.
Agora fala em estatizar a metade do sistema e terceirizar a outra parte. Tudo bazófia, o governo dele não tem ninguém que entenda como funciona o transporte público. Está perdido, sem noção do que fazer. E o povo pagando a conta da incompetência cavalar que tomou conta da prefeitura.
A tal CPI da Câmara Municipal, uma vitrine para os vereadores que querem trocar o Palácio Chagas Rodrigues pelo Palácio Petrônio Portela, em 2022, discute tudo, menos o que é de sua responsabilidade nesta questão: as gratuidades graciosas concedidas a categorias profissionais razoavelmente bem pagas.
Esse festival de gratuidades, uma cortesia feita com o chapéu alheio, onera as empresas e contribui para elevar as tarifas, penalizando o usuário que não é contemplado com esse privilégio imoral, pois empresário não dá nada de graça para ninguém. Coloca tudo nas planilhas de custos das empresas.
O presidente da Comissão, o petista Dudu da Trindade não toca nessa questão e tampouco na elevada alíquota de ICMS que o governo do PT, o seu partido, cobra das empresas, a terceira maior do país.
O vereador petista recusa-se a propor a seus pares o fim das gratuidades e a tentar convencer o seu governador a reduzir a alíquota do ICMS. Se conseguisse isso, estaria dando uma grande contribuição para acabar com a crise do transporte urbano.
Mas, Dudu e sua turma não entendem patavina de transportes público, daí a estapafúrdia proposta de substituir os ônibus por taxi-lotação. Os senhores vereadores, na verdade, estão apenas interessados em ficar na vitrine da mídia para conseguir um passaporte que os conduza ao Palácio Petrônio Portela nas próximas eleições.
Se tivesse o mínimo de juízo, Dr. Pessoa já teria abraçado a ideia do vereador Edson Melo de criar uma comissão formada por ex-superintendentes da STRANS e técnicos em transportes urbanos para oferecer uma alternativa ao atual modelo e resolver de vez a questão.
Mas, ao que parece, não se pode esperar grandes coisas do governo municipal e tampouco dessa CPI do Transporte Público. O teresinense está no mato sem cachorro!(José Olimpio)
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