quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Concorrente mandou matar funcionária de casa de rações em Abreu e Lima, diz polícia

 

 

Suzana Neves de Almeida morreu após ter sido baleada enquanto trabalhava, em 21 de setembro. Três envolvidos foram presos e três seguem foragidos

 
  
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Suspeitos de participar do assassinato da funcionária de uma casa de rações Suzana Neves de Almeida, de 29 anos, foram presos pela Polícia Civil de Pernambuco, na manhã desta quinta-feira (30). O crime ocorreu em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (RMR), em 21 de setembro.

De acordo com a corporação, os mandantes e autores intelectuais do crime foram a proprietária de uma casa de rações concorrente e o seu companheiro, preso desde dezembro do ano passado.

O crime ainda contou com a participação de mais dois presos que intermediaram o contato entre os mandantes e os executores do crime. Três dos seis foram presos e outros três envolvidos no homicídio, sendo os dois executores do crime e o motorista que os levou até o local e ajudou a fugirem, seguem foragidos.

As ordens de prisão foram expedidas pela Vara Criminal de Abreu e Lima, que também emitiu quatro mandados de busca e apreensão. No cumprimento do mandado de busca na residência da mulher, foram apreendidos um carregador de pistola 380 e diversas munições.

A operação denominada Concorrência Desleal foi presidida pela delegada Estefânia Azevedo, da 6ª Delegacia de Homicídios. 

De acordo com a delegada Estefânia Azevedo, o irmão de Suzana e proprietário de casa de rações para qual ela trabalhava, Roberto de Almeida, vinha sofrendo ameaças da mandante do crime desde dezembro do ano passado.  

 
"Roberto vem recebendo diversos tipos de ameaça proferidas justamente pela proprietária da casa de ração concorrente, assim como do seu companheiro, que encontra-se recluso no presídio de Igarassu", disse, em fala à imprensa, nesta quinta-feira, no Recife.

Há informações de que os rivais cogitavam fazer algo mau contra Roberto e os familiares, o que indica um crime premeditado, segundo a delegada. 

"Roberto trabalhou durante 10 anos na casa de ração concorrente, cuja proprietária foi autora intelectual do crime. Depois que ele saiu e inaugurou outra loja a poucos metros dessa primeira, a nova casa de ração pegou vários clientes e prosperava, enquanto a outra casa não ia bem", acrescentou Estefânia.

Essa situação gerou descontentamento e sentimento de traição, segundo a delegada. "Os dois autores alimentaram essa vingança, que culminou no homicídio de Suzana", completou.

O delegado Diego Jardim informou que ainda há envolvidos no crime foragidos. Por isso, a polícia seguirá procurando e em diligiências.

"Nada que a polícia fizer vai trazer um ente querido de volta, mas esse tipo de crime e todos os crimes merecem ser reprimidos para mostrar que isso não aconteça de novo", disse.

Em relação aos executores, o delegado informou que eles receberiam dinheiro para cometer o crime.

"São pessoas que foram contratadas, iam receber quantias para matar essas vítimas e isso demonstra que já estão inseridos no mundo criminoso e merecem uma resposta adequada", completou Diego.

Dia do crime
Informações coletadas pela polícia indicam que além de Suzana, Roberto também seria morto. "Ele saiu segundos antes dos executores entrarem na loja. Acreditamos que por isso ele não foi alvejado", continuou a delegada.

"Temos a informação de que eles pretendiam fazer parecer um latrocínio e não execução", disse a delegada. Para isso, os executores do crime foram orientados pelos mandantes a pegar um pouco de dinheiro do caixa da loja.

Além dos executores do crime, um motorista que auxiliou na chegada e fuga e uma outra pessoa que deu guarida na porta do estabelecimento participaram do crime. 

Os criminosos estudaram a rotina da casa de rações dias antes da execução do homicídio. Segundo a delegada, a concorrente da casa de rações para qual Suzana trabalhava, não reagiu à prisão. "Ela dá as suas justificativas, mas não nega a sua participação no crime. Ela foi autuada em flagrante por posse de arma de fogo, pois foram encontradas mais de 70 munições dentro da casa dela", finalizou a delegada Estefânia.

A mulher será recolhida ao presídio. "Ela não demosntra arrependimento, está muito tranquila. Trata-se de uma pessoa fria. 

O caso
Suzana Neves de Almeida morreu em 21 de setembro após ter sido baleada enquanto trabalhava na casa de rações, em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

Ela trabalhava no estabelecimento quando dois desconhecidos entraram no local com uma arma de fogo e anunciaram um assalto. Os criminosos exigiram o dinheiro do caixa e a mulher atendeu, sem mostrar reação. Apesar disso, antes de fugir, os homens atiraram contra ela.

Suzana chegou a ser socorrida para a UPA de Cruz de Rebouças, em Igarassu, e depois foi transferida para o Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, área central do Recife. 

De acordo com a assessoria de comunicação do HR, a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade de saúde da capital pernambucana cerca de duas horas depois.


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