Pedro do Coutto
Para não dizer que não falei de flores, embora no meio da tempestade, focalizo hoje um assunto mais agradável do que a política brasileira, sobretudo porque refere-se à arte, no caso a arte da dança, o que sempre nos conduz ao sonho, à fantasia e à eterna emoção humana. Foi emocionante o desfecho da Dança dos Famosos, na tarde de domingo, na TV Globo, consagrando todas as exibições dos pares, mas principalmente a vitória dessa grande artista chamada Paolla Oliveira que dançou espetacularmente em todas as etapas do espetáculo que se alongou por três semanas, passando pelo tango, pela salsa, pela valsa, finalizando com o samba.
Uma beleza extraordinária marcou as suas diversas apresentações e o seu corpo refletiu a sensualidade que, no fundo, buscamos com ela nos identificar através do impulso produzido pela atração do homem pela mulher, aguardando como resposta a atração da mulher pelo homem.
SENTIMENTO DE SAUDADE – Foi uma extraordinária tarde de domingo que terminou à noite, sem dúvida alguma deixando um sentimento de saudade. A mesma sensação de tempos idos, ao longo de muitos anos, quando eu assistia filmes com Humphrey Bogart e torcia para que a fita não chegasse ao fim. São impulsos que distinguem o que nos agrada e nos emociona e o que nos desagrada e nos distancia.
Quando algo nos agrada queremos prolongá-lo, e quando nos desagrada tentamos reduzir o tempo em que a sensação nos atinge. Por isso, entrego a minha memória ao desempenho deslumbrante de uma atriz que se consagra tanto por suas interpretações, quanto por sua presença. Uma personalidade fortíssima, eis que, uma prova dessa característica marcante, não pode, sem esforço, deixar de ser observada onde estivermos. Paolla Oliveira deixou a sua marca numa tarde de domingo que vai demorar para ser repetida. Que pena. Mas é a vida.
FIESP – Reportagem de Renato Andrade, Ivan Martínez-Vargas, Danielle Nogueira e Evandro Éboli, O Globo de ontem, anunciou que hoje, terça-feira, a Federação das Indústrias da São Paulo vai divulgar um manifesto subscrito por duzentas associações empresariais pedindo o fim político das tensões entre os poderes, título que adotou para não responsabilizar nominalmente o presidente Bolsonaro por tais dificuldades crescentes no país. Na realidade, o manifesto é um sinal grave de alerta ao que se refere às preocupações do empresariado que teme uma ruptura, sob o seu ângulo de análise difíceis de prever.
De qualquer forma, o embate político entre democracia e golpe de Estado não interessa nem aos empresários e muito menos à população brasileira de modo geral. Mas o chefe do Executivo insiste em seu propósito de radicalizar. Tanto assim que volta ao seu atual tema preferido, com críticas aos ministros do Supremo Tribunal Federal, diretamente a Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso e, indiretamente, a todos o Tribunal que simboliza o Poder Judiciário.
Em meio à incerteza do relacionamento com o Palácio do Planalto, surge também com o apoio de Bolsonaro e Paulo Guedes à saída do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Reportagem de Geralda Doca, Eliane Oliveira, João Sorima Neto, Rennan Setti e Vitor da Costa, O Globo, focalizam o assunto. A posição de restrições da Febraban ao governo abalou o relacionamento entre o sistema bancário e o Planalto. Daí o afastamento do BB e da CEF, mas que não contribui em nada para suavizar as tensões. Pelo contrário, agravam as divergências.
DEMARCAÇÃO DE TERRAS INDÍGENAS – Matheus Teixeira e Danielle Brant, Folha de S. Paulo, destacam a importância da concentração de representantes das tribos indígenas no Planalto buscando sensibilizar o STF em relação à demarcação das terras indígenas. O problema é grave e colocou em confronto interesses da bancada ruralista e as tribos amazônicas.
Os ruralistas pressionam pela conquista de espaços maiores para as suas atividades comerciais. Os índios resistem lutando pelo reconhecimento das terras que ocupam após a promulgação da Constituição de 1988. Preocupa sobretudo a hipótese de ocorrer um desfecho violento no Planalto.
PREÇO DAS MÁSCARAS – O Ministério da Saúde tem se tornado o palco principal de uma tempestade gerada por fortes ventos que levam à corrupção. Primeiro foi o caso da compra das vacinas. Agora, a compra de máscaras. Vinicius Sassine, Folha de S. Paulo, destaca que o Ministério da Saúde ocultou a existência de um problema, se deslocou para o Ministério Público Federal, envolvendo a compra de máscaras voltadas a conter o avanço da pandemia.
Uma proposta de R$ 3,5 por unidade foi ultrapassada por uma oferta de R$ 8,6 a unidade. Inclusive, a mascara de preço mais alto seria inadequada. Mais uma escalada a ser contida pelo governo Jair Bolsonaro, atingindo novamente a área que deve ser comandada pelo ministro Marcelo Queiroga.
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