Os rodoviários, em greve há uma semana, reivindicam reajuste salarial de 13%, jornada de 6h/dia, ticket-alimentação de R$ 800, plano de saúde com um dependente, auxílio-creche.
O transporte público voltou a ser pauta na Assembleia Legislativa. O deputado estadual Yglésio Moyses (PROS), na manhã desta terça-feira (26), destacou as dificuldades que os trabalhadores têm enfrentado para chegar ao trabalho, muitos tendo custos elevados com transporte, e chamou a atenção para a necessidade de subsidiar o transporte público de São Luís.
Segundo o deputado em função da falta subsídio para o pagamento das gratuidades, e até mesmo das passagens estudantis, a conta acaba sobrando para os demais usuários. “A gente precisa chegar a um ponto em que vamos discutir o subsídio para o transporte público porque se criou, em São Luís, uma situação que de que de cada 10 passageiros, 4 não pagam passagem no transporte público. Então, quem paga a passagem do cidadão, das gratuidades? (A passagem d) A pessoa que tem gratuidade, quem tá pagando é você que paga R$ 3,70. Essas pessoas pagam a passagem de quem viaja gratuitamente”, explicou.
“Isso não tá correto porque eu tô aumentando o custo para todos que pagam. Se eu dou uma gratuidade (sem o subsídio), eu tô jogando no lombo de quem tá pagando. A Prefeitura de São Luís precisa discutir isso”, afirmou o parlamentar. O parlamentar, que é contrário ao reajuste da tarifa da passagem, questionou sobre como poderia ser resolvido e apresentou uma solução para o impasse vivido no transporte público. “Como é que vai fazer (os acordos), sem reajustar a passagem, o que sou contra, sem dar o subsídio? A prefeitura (de São Luís) precisa fazer uma movimentação orçamentária, ver o que vai fazer pra liberar, pelo menos, R$ 2 milhões para o sistema, por mês. Isso precisa ser feito, senão a passagem vai subir porque o impasse não tem solução se não for dessa forma”, concluiu.
Subsídio do transporte público
O subsídio do transporte público é um investimento, de acordo com especialistas em mobilidade urbana. Segundo a ONG Mobilize, que atua no setor, os efeitos da pandemia afetaram o bolso de todos, especialmente os mais pobres. Nesse cenário, pesa para o usuário pagar as altas taxas do transporte público brasileiro que, a exemplo da capital, não se tem um retorno em qualidade da estrutura oferecida. São raros os casos no país em que os governos subsidiam parte ou das tarifas do transporte público e São Luís não está entre as exceções.
Cidades como Curitiba e São Paulo já realizam esse tipo de investimento que, além de viabilizar o acesso de todos ao transporte público, dá margem para mais investimentos na estrutura oferecida pelas empresas concessionárias.
Impasse
Os rodoviários, em greve há uma semana, reivindicam reajuste salarial de 13%, jornada de 6h/dia, ticket-alimentação de R$ 800, plano de saúde com um dependente, auxílio-creche. Foram realizadas reuniões, mas sem sucesso. Na última, ocorrida na segunda-feira (25), as empresas ofereceram um aumento salarial de 2% que, em média, fica em torno de R$ 30 reais, mas não foi aceito pela categoria.
A Prefeitura de São Luís reforçou que não haverá aumento de passagem, o que, segundo os empresários, viabilizaria atender às reivindicações dos rodoviários, e apresentou um programa de passagens para os desempregados. O Executivo municipal não explicou de onde sairá a verba.
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