quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

De Ferrari a Porsche: veja alguns dos carros de luxo apreendidos em esquema de clonagem de veículos do Exército

 

Por Renata Barros, g1 MS

 


Veja alguns dos carros de luxo apreendidos em esquema de clonagem de veículos do Exército
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Veja alguns dos carros de luxo apreendidos em esquema de clonagem de veículos do Exército

Modelos de marcas como Ferrari, Porsche, Mercedes e Ranger Rover estão na lista de carros apreendidos durante operação da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, que apura clonagem de 3,3 mil veículos do Exército. Mandados de prisão e de busca e apreensão começaram a ser cumpridos nesta quinta-feira (24).

A ação ocorreu , simultaneamente, em mais de dez estados, totalizando 82 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão. Em Campo Grande (MS), a operação foi realizada em um condomínio de luxo. Estão envolvidos também os estados:

  • São Paulo
  • Minas Gerais
  • Tocantins
  • Pará
  • Goiás
  • Paraíba
  • Ceará
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Maranhão

Veículos apreendidos em Campo Grande estavam em condomínio de luxo. — Foto: Reprodução/PF

Veículos apreendidos em Campo Grande estavam em condomínio de luxo. — Foto: Reprodução/PF

Segundo as investigações, os criminosos clonavam chassis de veículos do Exército com objetivo de obter documentos legítimos e legalizar veículos roubados.

O abatimento ilegal de cada veículo até R$ 40 mil. — Foto: Reprodução/PF

O abatimento ilegal de cada veículo até R$ 40 mil. — Foto: Reprodução/PF

Ao todo, a Operação Fiat Lux identificou cerca de 10 mil adulterações no sistema veicular brasileiro. O prejuízo causado soma mais de R$ 500 milhões. Nesta quinta, mais de 400 policiais federais e rodoviários cumprem os mandados. Equipes do Exército também prestam apoio à operação.

Operação Fiat Lux identificou cerca de 10 mil adulterações no sistema veicular brasileiro. — Foto: Reprodução/PF

Operação Fiat Lux identificou cerca de 10 mil adulterações no sistema veicular brasileiro. — Foto: Reprodução/PF

Segundo os investigadores, as clonagens dos chassis do Exército só foram possíveis porque contaram com a participação de servidores do Detran e de despachantes. A investigação não aponta a participação de integrantes do Exército nas fraudes.

O prejuízo causado pelas fraudes veiculares soma mais de R$ 500 milhões. — Foto: Reprodução/PF

O prejuízo causado pelas fraudes veiculares soma mais de R$ 500 milhões. — Foto: Reprodução/PF

A pedido da PF, a Justiça afastou das funções 95 servidores do Detran. Desse total, 85 atuam no Detran-SP; 7 no Detran-TO; e 3 no Detran-MG. Cerca de 20 despachantes também foram afastados das funções no estado de São Paulo.

Fraudes

O inquérito policial, instaurado no fim de 2020, teve origem após a detecção da clonagem de veículos do Exército. Segundo a polícia, os criminosos também criavam veículos fictícios no Sistema Federal da Secretaria Nacional de Trânsito, permitindo a realização de financiamentos e a participação em consórcios. Esses automóveis eram dados como garantia em operações financeiras.

A investigação também apontou que servidores do Detran e despachantes inseriam, no Sistema Federal de Registro de Veículos Automotores, automóveis comprados na Zona Franca de Manaus – com isenção de PIS e Cofins – e emplacavam indevidamente esses carros em São Paulo para burlar a fiscalização.

O abatimento ilegal de cada veículo, a maioria caminhonetes, girava em torno de R$ 30 mil a R$ 40 mil. Depois, os veículos eram revendidos sem recolhimento dos impostos. Foi identificado o uso de documentos falsificados em aproximadamente 300 automóveis.

O prejuízo causado pelas fraudes veiculares soma mais de R$ 500 milhões. Em dez meses de atuação, foram recuperados R$ 35 milhões em veículos – entre eles caminhões, caminhonetes e automóveis de luxo.

Os suspeitos poderão responder pelos crimes de inserção de dados falsos, financiamento fraudulento, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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