Malema, político sul-africano emergente, faz críticas às manipulações dos EUA na OTAN

 

 

Julius Malema lembra o que aconteceu na Líbia e no Iraque

James Pimenta

Julius Malema é um político sul-africano, ativista dos direitos humanos, defensor do pan-africanismo e uma das poucas vozes de ouro no continente. É provável que ele seja o político mais respeitado em toda a África. Por isso é sempre bom prestar atenção ao que ele diz e publica. Confira o raciocínio de Malema sobre a questão da guerra na Ucrânia e as manipulações norte-americanas na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte)

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INVASÃO OU INTERVENÇÃO MILITAR? QUAL A DIFERENÇA?
Julius Malema

“Quando a OTAN assassinou Muammar Kaddafi, a mídia ocidental chamou a invasão de “intervenção militar”, e hoje eles já não se preocupam em informar que a ação militar maligna liderada por Obama deixou a Líbia em muito pior condição do que antes.
George Bush e Tony Blair mentiram que Saddam Hussein tinha uma arma de destruição em massa, só para invadir o Iraque. Depois que eles destruíram o país e capturaram Saddam Hussein, que foi consequentemente executado, Bush admitiu: “Não sabemos se (Iraque) tem ou não uma arma nuclear”.

ESTÃO IMPUNES – Bush e Blair, esses homens que criaram uma tragédia e tiraram a vida de mais de 250 mil iraquianos não estão sequer a enfrentar julgamentos por crimes de guerra. Os meios de comunicação ocidentais não os pintam com as pinceladas sinistras como deveria ser.

Agora, os meios de comunicação ocidentais não lhes dirão que a Ucrânia tem forçado as regiões de Luhansk e Donetsk a fazerem parte dela, apesar de a grande maioria das pessoas escolherem ser independentes através de um referendo. O que eles querem que você acredite é que Vladimir Putin está intimidando a Ucrânia inocente por seu bel prazer.

Os meios de comunicação ocidentais não lhes dirão que pisar a soberania da Ucrânia não é o principal objetivo do Kremlin de Moscou, mas sim a sobrevivência contra a invasão da OTAN liderada pelos EUA, com a insistência em admitir a Ucrânia na organização anti-Rússia, depois de permitir o ingresso de outros países da Europa Oriental – Bulgária, Estónia, Letónia, Lituânia, Roménia, Eslováquia e Eslovénia.

PENSEM NISSO – Os Estados Unidos podem reconhecer a independência de Taiwan, mas a Rússia e a China não podem reconhecer a Independência de Luhansk e Donetsk, as províncias pró-Rússia que tentam se libertar da Ucrânia?

Da mesma forma, os norte-americanos podem reconhecer Jerusalém como a capital de Israel, mas os russos não podem defender seu povo na Península da Crimeia depois de os cidadãos terem votado para se juntar a eles.

Os meios de comunicação ocidentais querem que você acredite que o Ocidente está sempre certo, enquanto a Rússia e a China são os perpétuos maus.