Com ampla maioria governista, a Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) do Cachoeira começa a funcionar hoje pronta para blindar o
governo. Mal foi indicado como relator da CPI, o deputado Odair Cunha
(PT-MG) deixou claro, ontem, o limite das investigações: elas não podem
atingir o Planalto ou integrantes do governo. Dos 32 titulares da CPI,
só 7 serão de partidos de oposição. “Temos que ter clareza de que
estamos investigando Carlinhos Cachoeira e suas relações. Não é uma
investigação que necessariamente vá para cima do Planalto ou qualquer
membro do governo. Queremos investigar o fato determinado que originou a
CPI”, disse Cunha, ao negar “conflito de interesse” com o fato de ser
vice-líder do governo e relator da comissão. “Não sou nem mais nem menos
governista do que qualquer deputado do PT.”
Num primeiro momento, a base aliada na CPI deverá poupar dois
assessores do Planalto que tiveram seus nomes ligados a Cachoeira. O
ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
(Dnit) Luiz Antonio Pagot acusou assessores do Planalto de atuarem para
derrubá-lo, deixando vazar informações de interesse da organização de
Cachoeira. A convocação de Pagot é vista como inevitável, até por
governistas. Em entrevista ao Estado, o ex- diretor do Dnit disse que o
subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações
Institu-cionais, Olavo Noleto, e o porta-voz da Presidência da
República, Thomas Traumann, repassaram dados de reunião sigilosa da
pre-sidente Dilma Rousseff com a cú-pula dos Transportes, em 5 de junho
de 2011.( ) Estado de São Paulo )
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