terça-feira, 1 de maio de 2012

Desta vez o PMDB deixará de ser o eterno vice( Janio Holanda )

Certa feita, o blogueiro Josué Nogueira, do Diário de Pernambuco, num de seus comentários, classificou o PMDB como um partido que hoje se contenta apenas com o cargo de vice. Vejam a frase do referido jornalista: “Com a vice e o eterno assento na cozinha do Planalto, O PMDB assumiu pose de protagonista, mas na realidade apresentou-se, como sempre, em busca do papel de coadjuvante de luxo”.
Na verdade, a expressão do escriba refere-se apenas a posição do partido no âmbito federal. Mas, na realidade, este fato tem ocorrido constantemente em vários estados da federação. No Piauí, por exemplo, desde o então governo do senador Mão Santa, ainda na década de 90 que o partido serve apenas de encosto para ajudar outras agremiações partidárias estaduais como o PT e o hoje o PSB.
Agora para as eleições municipais o PMDB fincou o pé na estrada (depois de lançar candidatura própria na capital), está percorrendo municípios de todas as regiões do Estado, no sentido de fortalecer a marca do partido e assim poder eleger o maior número de prefeitos possíveis neste pleito. Antes, o partido ficava em compasso de espera para definir os rumos que tomaria nos sucessivos embates eleitorais mais recentes, tanto para a prefeitura da capital como para governo estadual.
Hoje a cúpula do partido, que é presidido pelo deputado Marcelo Castro, mas conta com a obstinação do vice-governador Zé Filho parece-me ter mudado de cara. Zé Filho incessantemente participa e promove reuniões e eventos de cunho partidário nos três níveis (municipal, estadual e federal), como aconteceu na semana passada com a vinda do presidente nacional do partido e vice-presidente da república Michel Temer. Isso demonstra que o PMDB piauiense continua vivo e se planejando para voltar ao comando do Estado.
De cortejado o PMDB passou a ser cortejador. Alinhado com o governador Wilson Martins (PSB), outras siglas já sinalizam alianças com o partido por causa dessa reorganização. As principais lideranças peemedebistas conseguiram a união fechada de todos os parlamentares e suplentes na atual legislatura (até recentemente quando o PT era governo) havia cisão na própria Assembleia, porém, hoje, não vemos mais isso.
As novas circunstâncias e a visão genérica do vice-governador Zé Filho, através do diálogo convenceram aos demais a marcharem num só rumo. E isso vem acontecendo. Essas mesmas circunstâncias mostram que qualquer posição tomada pela executiva do partido os seus membros com assentos nos poderes legislativo estadual e municipal ou até os que não possuem mandatos marcharão unidos nestas eleições municipais.
A visita de o vice-presidente Michel Temer, além de fortalecer a sigla no Piauí, ainda serviu para que os peemedebistas pudessem reclamar do tratamento diferenciado em relação ao PT no governo Dilma. É uma iniciativa que irá contribuir para que o partido não corra o risco de ser derrotado pelo aliado nas eleições municipais. São estratégias positivas e que trarão frutos.
JÂNIO HOLANDA - Jornalista
  

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