Assediado por Humberto, Paulo Rubem dispara: Só não sou candidato se houver um golpe
O deputado federal e pré-candiato à Prefeitura do Recife Paulo Rubem (PDT) reafirmou sua candidatura, mais uma vez, numa tentativa de acabar com as suspeitas da migração de seu nome para a Frente Popular. O PDTista afirmou que a sua homologação acontecerá, sim, na próxima quinta-feira (28) e que só não é candidato se sofrer um golpe.
Trabalhando nos últimos ajustes do evento em que terá homologada sua candidatura, Paulo Rubem Santiago conversa com líderes do seu partido por todo o Brasil para mostrar que seu nome é, sim, o nome do PDT.
"Estou conversando com Paulinho Pereira, candidato em São Paulo, para ver se ele vem. Devem vir também Brizola Neto [ministro do Trabalho] e Carlos Lupi [ex-ministro da mesma pasta]. O Cristóvam [Buarque, senador] não poderá ver porque estará em outras convenções."
A afirmação é importante para Paulo Rubem, já que os maiores líderes do partido no estado de Pernambuco ainda não deram manifestação pública em favor da candidatura de Paulo. O presidente Estadual do partido, José Queiroz, prefeito de Caruaru, é próximo de Eduardo Campos, líder da Frente Popular.
O vice-governador de Pernambuco, João Lyra, também é do PDT e não se pronunciou sobre candidatura no Recife. Nos bastidores comenta-se que ambos preferem uma aliança com a Frente Popular em torno da candidatura de Geraldo Júlio (PSB).
Sem apoio público dos líderes do partido e distante das alianças da Frente Popular, Paulo Rubem passou a ser assediado pelos petistas, que se encontram agora completamente isolados.
"Ontem conversamos com o PT. Humberto me ligou também na sexta-feira (22) perguntando se tinha espaço para dialogar. Conversamos bastante, mas dissemos a eles que estamos construindo um projeto próprio do PDT". Sobre a possbilidade de ceder a algum assédio ou mesmo pressão interna, Paulo Rubem disparou: "Só não sou candidato se houver um golpe!".
Alianças - Em sua saga para unir partidos em torno de seu nome, o candidato do PDT se esforça para conseguir alguma aliança e corteja os esquerdistas PSOL e PCB. O primeiro certamente estará na sua chapa, após homologação na próxima quinta. Já o apoio do PCB é algo mais distante. Além destes, Paulo corre atrás do PRTB - que lançou candidato ontem.
O presidente Estadual do PSOL e pré-candidato a vereador Edílson Silva não esconte seu interesse em compor com Paulo Rubem, mas parece ainda não estar certo de que Paulo será candidato.
"Tivemos ontem uma conversa muito boa no gabinete. Mas para bater o martelo precisamos ver a candidatura de Paulo homologada. Sabemos que há um certo conflito dentro do partido e estamos dando privacidade a eles. A nossa convenção será no dia 29, um dia depois da de Paulo Rubem. Temos aí cerca de 24h para acertar os últimos detalhes."
No caso do não-lançamento do nome do PDT, o PSOL deve se lançar com o PCB, com quem já mantem diálogo há certo tempo. Nesta hipótese, os dois partidos se reuniriam para definir, entre Albanise Pires (PSOL) e Roberto Numeriano (PCB), quem seria a cabeça de chapa e o vice.
Mas Paulo Rubem não cogita ficar de fora do pleito e, com o apoio certo do PSOL, o deputado tenta atrair o PCB e o PRTB. "Conversamos com o pessoal do PRTB. Eles estão abertos ainda a discutir e vamos avaliar uma composição de chapa com eles". Paulo Rubem também corteja os comunistas.
"O PCB tem uma história bonita no movimento de Cultura Popular, quando Arraes foi prefeito. Tiveram bela atuação durante a diretura. E é importante dialogar com o PCB, principalmente neste momento onde surgem as comissões da verdade."
Mas do outro lado, Roberto Numeriano não mostra ânimo para esta aliança, apesar de considerar o parlamentar muito bom. O problema, para o PCB, é o histórico do PDT.
"O PCB já afirmou que é remota a possibilidade de coligação. A despeito de considerarmos Paulo Rubem um parlamentar sério, progressistas, que defende interesses ideológicos como os nossos, nós consideramos o PDT um partido problemático ideologicamente, com alianças com a direita do agronegócio. Paulo Rubem é como se fosse um estrenho no ninho."
O ato acontecerá na sede do PDT, na avenida João da Barros, bairro de Santo Amaro, entre às 16h e às 19h. Paulo Rubem afirma que é só um "ato formal" e que o "ato político", já de caráter eleitoral, acontece na primeira semana de julho.
(NE10)
Nenhum comentário:
Postar um comentário