Policiais estão recolhendo documentos que comprovem as fraudes no Ipamb (Foto: Everaldo Nascimento)
Às 6h40 desta sexta-feira (29),
delegados da Polícia Civil e o promotor Nelson Medrado, do Ministério
Público do Estado (MPE), chegaram ao Instituto de Previdência e
Assistência do Município de Belém (Ipamb), localizado na travessa Enéas
Pinheiro, entre as avenidas Almirante Barroso e João Paulo II, para
realizar a Operação Hígia.
Ao todo, 70 pessoas e nove equipes
formadas por promotores de justiça do Ministério Público do Estado
(MPE), delegados e investigadores da Polícia Civil participam da
operação para executar cinco mandados de prisão e nove de busca e
apreensão relacionados às investigações das denúncias de fraudes nos
convênios do Ipamb firmados com farmácias particulares de Belém, além de
indícios de nepotismo ou nepotismo cruzado na instituição.
De acordo com informações do diretor do
Núcleo de Inteligência Policial (NIP), Cláudio Galeno, algumas prisões
já foram efetuadas. O delegado Rogério Moraes, da Divisão de
Investigações e Operações Especiais (Dioe), e o promotor de justiça
Nelson Pereira Medrado, que atua na promotoria de Direitos
Constitucionais Fundamentais, Defesa do Patrimônio Público e da
Moralidade Administrativa, também acompanham a operação.
No início da manhã, eles aguardaram a
chegada de Oséas Silva Júnior, presidente do Ipamb, mas como o dirigente
não apareceu, parte da equipe deixou o local. O Grupo de Pronto Emprego
da Polícia Civil (GPE) permaneceu para realizar a apreensão de
computadores e documentos que comprovem as irregularidades.
Os mandados dirigem-se às pessoas que estão supostamente envolvidas no esquema, de dentro e fora do instituto.
O promotor de Justiça Milton Menezes,
coordenador do Grupo de Prevenção e Repressão as Organizações Criminosas
(Geproc) do Ministério Público Estadual, informou que duas pessoas já
foram presas e uma se entregaria espontaneamente ainda na manhã de hoje.
Dois são funcionários do Ipamb e o terceiro não trabalha na instituição
e é um provável “laranja”, que teve o nome usado nas suspeitas de
fraudes. Os nomes dos detidos só serão divulgados durante coletiva de
imprensa, no auditório do MPE.
Segundo informações do Grupo de
Prevenção e Repressão as Organizações Criminosas (Geproc), a fraude era
feita da seguinte forma: foi criado um cartão para compra de
medicamentos no qual o funcionário do Ipamb tem uma margem de 30% do seu
salário. As margens eram aumentadas irregularmente para percentuais
acima de 30%. Eram criadas pessoas fictícias as quais eram emitidos
cartões. As compras nestes cartões fraudados eram utilizados para
comprar eletrodomésticos e celulares, em vez de medicamentos. Quando as
farmácias enviavam as contas para o Ipamb, nada estava registrado, pois
as compras eram apagadas do sistema.
(Daniele Brabo/DOL, com informações do MPE)
Nenhum comentário:
Postar um comentário