sábado, 2 de junho de 2012

Revoltada por causa do bullying .Estudante esfaqueia "amiga"






O que antes parecia notícia apenas nos jornais de outras cidades, acabou chocando os moradores de Castanhal, nordeste do Estado. Duas estudantes brigaram na porta da escola e uma delas foi esfaqueada nas costas. A vítima foi conduzida em estado grave para o hospital metropolitano.
Na noite de anteontem, a estudante Michele Taíse Batista Dias, 25 anos, desferiu um violento golpe de faca nas costas da “amiga”, Adoriana Saori Iguch, 24 anos. A agressão aconteceu na porta da escola estadual Lameira Bittencourt, onde ambas estudam. Após tentar matar a jovem, Michele Taíse, foi detida na própria escola por professores e amigos.
A Polícia Militar foi acionada e conduziu a estudante para a delegacia. A vítima foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada ao hospital municipal, mas devido o golpe ter atingido o pulmão direito de Adoriane Saori, ela precisou ser transferida para o Hospital Metropolitano em Ananindeua.
“Quando chegamos ao local encontramos a vítima caída no chão pedindo ajuda. A autora do crime estava separada numa sala, parecia fora de si, mas não disse os motivos que levaram a cometer tal barbárie”, contou o comandante da 12ª ZPol, capitão Heyder Nascimento.
Na delegacia, a equipe do DIÁRIO conversou com a acusada. Michele Taíse, explicou com exclusividade porque tentou matar a amiga. “Desde o ano passado ela vinha me agredindo e ameaçando, nós brigamos algumas vezes, mas ela não parava de me xingar, falava que eu era doida e teria tentado matar minha mãe”, contou a acusada.
Para a Polícia Civil a tentativa de homicídio foi motivada depois que Michele Taise foi vítima de bullying. “A estudante sofria problemas familiares e tomava antidepressivo há cinco anos, isso era motivo de chacota por parte das amigas. Insatisfeita e revoltada com o comportamento das estudantes, ela (acusada) agiu dessa forma”, disse o delegado Antônio Roberto.
Na escola Lameira Bittencourt, o clima era de medo depois do acontecido envolvendo duas estudantes. A direção da escola informou que só irá se pronunciar depois que a Secretaria de Estado de Educação tomar uma posição sobre o caso. Na 8ª Unidade Regional de Educação (URE), a diretora, Norma Moura, disse que as brigas entre as estudantes eram de conhecimento da direção da escola, e que as alunas seriam transferidas na próxima segunda feira, quando terminam as provas. “A direção nos repassou o histórico das alunas e já tínhamos conseguido vagas em outras escolas para transferi-las, infelizmente não deu tempo”, disse a diretora.
Sobre o bullying sofrido por Michele Taíse, a 8ª URE informou que o governo desenvolve programas para identificar e combater esse tipo de crime. “Todos os casos são repassados para gente, as ofensas sofridas pela estudante não chegaram até nós. Mas a direção da escola estava resolvendo esse problema internamente”, concluiu Norma Moura. (Diário do Pará)

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