O grupo especializado em crime organizado do Ministério Público, o
Gaeco, abriu investigação para apurar acusações de corrupção envolvendo o
secretário de Controle Urbano de São Paulo, Orlando Almeida Filho,
ex-titular da pasta da Habitação. Ele nega as acusações.
Almeida foi chefe do ex-diretor Hussain Aref Saab na Secretaria de
Habitação. Aref teve os bens bloqueados pela Justiça por suspeita de
cobrar propina para liberar empreendimentos.
A investigação contra Almeida foi aberta após três pessoas ligadas a
boates e casas de prostituição prestarem depoimento ao grupo relatando
pedidos de propina. Uma delas é a comerciante Vailde Rocha Velloso.
Ela disse que Almeida pediu, em abril de 2009, R$ 100 mil para que não
fechasse a casa Romanza, na avenida Nove de Julho. O local estava sem
alvará de funcionamento. A boate mudou de endereço e hoje funciona
normalmente.
Vailde indicou como testemunha do pedido o empresário Rivaldo Sant'Anna, despachante que cuidava da regularização do local.
Ele confirmou ter ouvido o pedido de propina. Ambos dizem que o valor não foi pago.
Os promotores ouviram também Oscar Maroni, que discutiu publicamente com
o secretário após ter afirmado que apresentaria provas de corrupção
envolvendo o secretário.
Dono da boate Bahamas, fechada pela prefeitura, Maroni entregou uma
gravação onde uma pessoa que ele não conhecia liga para dizer que casas
noturnas não foram fechadas porque pagaram propina.
Uma delas, segundo essa pessoa, teria pago "quinhentos paus [R$ 500 mil]".
Resposta
Almeida Filho disse que todas as acusações que fazem contra ele são
falsas, criticou a Promotoria por ter divulgado a investigação à
reportagem antes mesmo de ouvi-lo e afirmou que pretende ir hoje mesmo
se explicar aos promotores.
Em relação à boate Romanza, afirmou que o estabelecimento não podia
funcionar na avenida Nove de Julho, por isso determinou sua interdição.
Sobre a outra boate que teria pago R$ 500 mil para ficar aberta, disse que o local está totalmente regularizado.
Ele também diz que Oscar Maroni, seu desafeto e dono da boate Bahamas, não tem credibilidade para acusá-lo.
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