Fabíola Glenia Do G1, em São Paulo
O
Distrito Federal é a unidade federativa com maior índice de
desenvolvimento social, de acordo com o Indicador Social de
Desenvolvimento dos Municípios (ISDM), lançado nesta terça-feira (4)
pelo Centro de Microeconomia Aplicada da Escola de Economia da Fundação
Getulio Vargas (FGV-SP).
O
DF, representado apenas pelo município de Brasília, obteve resultado
superior às demais unidades federativas, atingindo ISDM de 5,71, numa
escala que varia de 0 a 10. Na sequência, aparece o estado de São Paulo,
também com nota 5,71 – embora tecnicamente a nota pareça a mesma, São
Paulo ficou em segundo lugar porque as variáveis que compõem sua nota
tiveram desempenho pior.
A média mais baixa foi a do estado do Maranhão, com ISDM de 3,35.
O
estudo avalia cinco dimensões para atribuir a nota a cada município e
estado, sendo elas: habitação, renda, trabalho, educação e
saúde/segurança. O indicador foi calculado a partir de dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Ministério da
Saúde e da Educação.
“O objetivo (do
indicador) é o estabelecimento de metas para as políticas públicas, que
serve não só de comparação entre os municípios e faz direcionar o foco
da política para essas dimensões ou redimensionar os esforços para uma
região que tem mais carência que outra, servir de parâmetro para
avaliações das políticas públicas e servir para o estabelecimento de
metas de objetivos a serem alcançados pelas políticas públicas”, disse
André Portela, coordenador do Centro de Microeconomia Aplicada.
O indicador foi calculado e divulgado para todos os 5.565 municípios existentes do país em 2010.
Estado do MA: Mais uma “década perdida”!
Por Wagner Cabral (professor e pesquisador da Ufma)
A média mais baixa é do Maranhão, com Indicador Social de Desenvolvimento dos Municípios (ISDM) de 3,35.
Não bastasse o Maranhão ter o pior índice dos estados, ainda tem 34 dos 100 municípios com os menores valores do ISDM-FGV.
Dos
100 municípios com menores valores do Indicador Social de
Desenvolvimento dos Municípios da Fundação Getulio Vargas, 54 são do
Nordeste (sendo 34 só no Maranhão), 45 da região Norte e 1 do
Centro-Oeste.
Dos 217 municípios do
Maranhão, apenas a capital, São Luís, tem índice acima da média nacional
(de 5). São Luís tem incríveis 5,02!
Mais grave ainda, dados da Fund Getúlio Vargas apontam que o índice do Maranhão regrediu ao longo da década 2000-2010.
Das
5 macro-variáveis analisadas pela FGV, o MA regrediu em 3 (Trabalho,
Educação, Saúde/Segurança) e estacionou em 2 (habitação e renda).
De todas as macro-variáveis, o setor de Saúde e Segurança teve a maior queda em mais essa “década perdida” do Maranhão.
“O
Maranhão apresentou uma redução em relação à média do Brasil entre 2000
e 2010 no ISDM e também em todas as dimensões que compõem o indicador,
sendo a única exceção a dimensão Habitação, que não apresentou
alteração. Além disso, apresentou uma queda acentuada na posição
relativa na dimensão Saúde e Segurança, pois em 2000 era a 5ª UF com
maior resultado e passou para a 24ª posição em 2010.
Nessa
dimensão, o estado [do Maranhão] apresentou desempenho inferior à média
nacional em quase todas as variáveis. Por exemplo, a mortalidade
proporcional por doenças com causas evitáveis de menores de 5 anos no
Maranhão foi de 81,73%, enquanto a média nacional foi de 77,50%. A
proporção das crianças e adolescentes (entre 10 a 19 anos), que já
tiveram filho foi de 8,72%, sendo que a média nacional foi de 6,21%.”
(Do Relatório ISDM / FGV)
Em resumo, segundo os dados da FGV, o período 2000-2010 foi mais uma “década perdida” para o Maranhão, do ponto de vista social.
Mas,
lembremos, a década foi marcada pelo intenso conflito intra-oligárquico
também, logo, logo veremos governo e oposição acusando-se entre si.
A
crítica política à estrutura patrimonial-oligárquica não pode ser
dissociada da crítica à modernização conservadora e oligárquica do MA.
“Outra
dimensão que merece destaque é Trabalho, em que o estado perdeu duas
posições no ranking entre UFs (passando da 24ª para a 27ª posição). A
variável mais destoante foi a taxa de formalização entre os empregados,
apenas 49,80%, enquanto a média nacional atingiu 72, 28%. Além disso,
pode-se citar a taxa de trabalho infantil, em que no Maranhão foi de
9,40%, sendo que a média nacional foi de 7,36%” (Do Relatório ISDM /
FGV)
Nos últimos dias, tive
oportunidade de apresentar e discutir dados sobre a efetividade
eleitoral do lulismo no Maranhão (a partir do Singer). Das 4 variáveis
inclusivas do lulismo, apenas 1 não teve efeitos sociais relevantes no
Maranhão: a geração de emprego. Dados da FGV confirmam isso.
O
sucesso do lulismo no MA foi devido às outras 3 variáveis: a) alcance
do Bolsa-Família; b) crédito consignado; c) recuperação do valor do
Salário Mínimo.
Mas, enquanto o
governo federal alardeou geração de + de 10 milhões de empregos no país,
no Maranhão a geração de empregos foi pífia. E não dá pra discutir
geração de empregos sem tocar nos fundamentos do modelo de
desenvolvimento da modernização oligárquica… Eis o ponto.
Eis
uma das deficiências centrais de programas como o “Viva Oportunidades”,
lançado pelo governo Roseana, que apenas tenta emular o lulismo. Em
verdade, com 93,8% de financiamento federal, “Viva Oportunidades” de
Roseana se apresenta como estratégia eleitoral, imitando o lulismo.
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