A ministra Luciana Christina Guimarães
Lóssio, que tomou posse na noite desta terça-feira (26) como ministra
efetiva do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é a nova relatora do
recurso em que o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) pede cassação
da governadora Roseana Sarney (PMDB) e do vice-governador Washington
Luiz Oliveira (PT) e a convocação de novas eleições no estado. O
processo foi redistribuído no fim da tarde desta terça-feira, às17h59. O
detalhe é que Luciana, natural de Brasília (DF), 38 anos, já advogou
para nada menos que a própria governadora Roseana Sarney.
O
senador José Sarney (PMDB-AP), pai de Roseana, esteve na cerimônia de
posse e foi pessoalmente cumprimentar Luciana Lóssio. A ministra
substituirá o advogado Arnaldo Versiani, que deixou o tribunal em
novembro depois de cumprir dois mandatos.
Versiani
era até então o relator do processo de cassação de Roseana Sarney, por
abuso de poder econômico e político. No TRE-MA, onde corre um processo
do Ministério Público Eleitoral com o mesmo objetivo de cassar o mandato
da governadora Roseana, outro ex-advogado dos Sarney atua: José Carlos
Sousa e Silva.
O processo que pede a
cassação de Roseana Sarney aguarda há mais de seis meses parecer do
Ministério Público. A previsão era de que até o final do ano passado
fosse julgada a cassação de Roseana por abuso de poder político e
econômico. Entretanto, até agora o processo (RCED 809), misteriosamente,
‘dorme’ nas mãos do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
O
RCED foi protocolado em dezembro de 2010 e chegando os autos ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 28 de agosto de 2011, o prazo
razoável para julgamento já se encontra extrapolado, uma vez que,
segundo rege a Constituição Federal, considera-se duração razoável do
processo que possa resultar em perda de mandato eletivo o período máximo
de 1 (um) ano, contado da sua apresentação à Justiça Eleitoral.
A
presidente da República, Dilma Rousseff, nomeou a ministra Luciana
Christina Guimarães Lóssio para o cargo de juíza titular do Tribunal
Superior Eleitoral no último dia 6 de fevereiro, conforme publicação no
Diário Oficial da União.
Provas contundentes
De
acordo com a acusação, Roseana Sarney assinou convênios com prefeituras
no valor de quase R$ 1 bilhão com nítido caráter eleitoreiro. Na
petição, os advogados alegam que os convênios foram utilizados “como
meio de cooptação de prefeitos e lideranças políticas e sindicais”.
Uma
das provas do uso eleitoral dos convênios, segundo os advogados, é a
concentração da celebração de vários acordos nas vésperas da data da
convenção partidária que homologou o nome de Roseana Sarney para
disputar as eleições de 2010, em 24 de junho daquele ano. Uma tabela
revela que nos quatro dias que antecederam a convenção, a governadora
assinou 670 convênios que previram a liberação de mais de R$ 165 milhões
para diversos municípios do estado.
O
processo também aponta que, em pleno período eleitoral, o governo
maranhense começou a construir moradias por meio do programa chamado
Viva Casa, com gastos de R$ 70 milhões que não estavam previstos no
orçamento. As alegações finais, que somam 79 páginas, trazem planilhas
que mostram que a votação de Roseana foi expressiva justamente nos
municípios beneficiados com os recursos dos convênios fechados em ano
eleitoral.
Ainda na peça, os advogados
sustentam que a influência das ações da governadora no resultado
eleitoral é facilmente perceptível. Roseana ganhou as eleições no
primeiro turno por 0,08% dos votos a mais que a metade dos votos
válidos.
No mês de junho de 2010,
quatro meses antes da eleição para o governo do Maranhão, foram
celebrados pelo governo Roseana Sarney 979 convênios eleitoreiros,
totalizando R$ 400 milhões, segundo processo de cassação (RCED 809)
movido pelo ex-governador José Reinaldo Tavares contra a diplomação dos
atuais governantes maranhenses. Somente nos dias 23 e 24 de junho, no
dia da convenção que homologou a candidatura da filha do senador José
Sarney, foram 545 convênios. Incluindo fundo a fundo, prefeituras,
associações, foram mais de R$ 1 bilhão em convênios eleitoreiros.( FONTE- Do Blog do John Cutrim/JP )
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