terça-feira, 2 de julho de 2013

Fim de uma era


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 Por José Reinaldo Tavares



A revolta gerada pela grande insatisfação que domina o país e também o Maranhão é muito grande e forte. No nosso estado a pobreza geral, a indiferença de um governo alienado que nada vê e que não sabe o que está acontecendo e o domínio total das instituições, da apropriação dos órgãos estudantis e dos sindicatos, da intelectualidade, do domínio da mídia que não permite contestação ao governo e que distorce todos os acontecimentos acabaria explodindo como está acontecendo.
Acreditaram, eles mesmos,  na propaganda falsa, maciça de um Maranhão inexistente para a população sofredora. A promessa de 400 mil empregos iludiu durante algum tempo, mas a realidade é o desemprego e o péssimo sistema educacional público do estado, a saúde precária e penosa e a insegurança progressiva e sem freio que apavora a todos. E o estopim maior é a indiferença com que o governo trata a população do estado e suas demandas.
É um governo que se torna ridículo ao apresentar um Maranhão que só vai bem na propaganda oficial, mas muito distante da vida dura da população e da realidade que a cerca. Esse modelo, esse ciclo de domínio da população pela propaganda, pelas festas, pelo circo acabou. Não funciona mais.
E não é só o governo local que vai mal. Tudo vai mal também no país. Exemplo? Foram criados 23 milhões de empregos no país nesses dez anos, mas o emprego foi limitado a salários de até dois salários mínimos, empregos sem muita qualificação. Isso teve seus méritos evidentemente. Mas nas faixas de renda acima de dois salários mínimos perdemos 6 milhões de empregos. Uma barbaridade.
Vejam o que acontece com a educação: O Brasil ficou em penúltimo lugar em ranking global de educação que comparou 40 países levando em conta notas de testes e qualidade de professores, dentre outros fatores.  A pesquisa foi encomendada à consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), pela Pearson, empresa que fabrica sistemas de aprendizado e vende seus produtos a vários países. Em primeiro lugar está a Finlândia, seguida da Coreia do Sul e de Hong Kong.
 Os 40 países foram divididos em cinco grandes grupos de acordo com os resultados. Ao lado do Brasil, mais seis nações foram incluídas na lista dos piores sistemas de educação do mundo: Turquia, Argentina, Colômbia, Tailândia, México e Indonésia, país do sudeste asiático que figura na última posição. E O Brasil ficou no 39° lugar entre os quarenta.
A presidente Dilma em resposta aos  protestos prometeu colocar os recursos dos royalties do petróleo para a educação. Mas a vinculação só vale para os contratos de exploração firmados a partir de 2002 e eles não gerarão petróleo antes de seis anos. A previsão é dentro de dez anos o total destinado a educação poderia chegar a R$ 8,5 bilhões anuais.
Como hoje os governos federal, estaduais e municipais já gastam anualmente R$ 200 bilhões isso representará apenas mais 4 %. É uma metida de longo prazo e claramente insuficiente. E o problema da educação não se restringe apenas a mais dinheiro.
Na saúde onde o programa se fixou na vinda de médicos cubanos para o interior o que contraria frontalmente o Conselho Federal de Medicina que avalia que o problema não é o número de médicos, mas a falta de infraestrutura de oferta de medicina e de modo de vida em grande parte das regiões do interior brasileiro.
Além do mais, segundo dados do CRM, só 5% dos médicos cubanos que vieram para o Brasil passaram em provas obrigatórias de revalidação do diploma e o governo quer isenta-los das provas, o que pode resultar em alto perigo para a população. Essa solução também só atenderia o interior, mas o problema da saúde é agudíssimo nas cidades onde vive a maior parte da população.
Na parte de mobilidade urbana os R$ 50 bilhões prometidos não existem. Segundo especialistas o dinheiro só apareceria se a presidente desistisse de seu programa prioritário, o Trem Bala que custaria R$ 60 bilhões e que não resolve nenhum problema das grandes cidades. Mas o governo não fala nisso.
O governo federal também parece perdido demonstrando a surpresa com que os protestos o atingiram e está respondendo atabalhoadamente. Será que Roseana Sarney colaborou com as medidas anunciadas? Só parece.
No Maranhão o desemprego é crescente e persistente desde que Roseana Sarney assumiu o governo por uma desastrada decisão judicial.
O Caged, cadastro de emprego versus desemprego do Ministério do Trabalho nos dá números terríveis sobre o estado. E olhe que toda a campanha de eleição de Roseana Sarney foi montada na maior mentira eleitoral deste país contada e repetida por Roseana. Seriam criados 400 mil empregos no estado no governo dela. Ninguém ficaria de fora.
Vejamos os números do Caged: 2002 último ano de Roseana no governo, depois de 8 anos, perdemos 353 empregos. Daí em diante até 2009, com Roseana de novo no governo, tivemos no intervalo a criação de empregos em todos os anos. Em 2003 criamos 2.305. Em 2004 criamos 3.400. Em 2005 foram criados 7.732. Em 2006 criamos 3.270. Criamos empregos em todos os anos do meu governo. Em 2007 criamos 7.202. Em 2008 criamos 7.431, anos do governo de Jackson Lago.
Com Roseana os números mudaram. Em 2009 desemprego de 6.952. No ano da eleição, Roseana emprega todo mundo e foi o único ano de seu governo em que foram criados empregos. Em 2011, desemprego de 1.757. Em 2012, desemprego de 993. E até agora em 2013 tivemos desemprego em todos os meses do ano o que já totaliza até maio desemprego de 7.751. Só no mês de maio perdemos 1. 836 empregos.
Não pode ser coincidência, pois o país criou muitos empregos e o Piauí, nosso vizinho também pobre criou 2.231 empregos em maio.
É muita incompetência!
O Datafolha deste final de semana mostrou um desastre para a presidente Dilma. Caiu em três semanas de 57% de aprovação para 30%. E o seu governo que era considerado ruim por apenas 9% agora é por 25%. Ela caiu em todas as regiões, em todas as faixas etárias e em todas as faixas de renda.
E aqui? Não sei, mas creio que o governo de Roseana Sarney terminou de vez. Não acredito mais que ela tenha condições de ganhar nenhuma eleição no estado. Nem será mais candidata.
E o Prefeito que se acautele, pois parceria com Roseana nunca é para valer. É apenas jogada política sempre repetida.
Cuidado com o abraço de afogado!

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