Por José Reinaldo Tavares
A
revolta gerada pela grande insatisfação que domina o país e também o
Maranhão é muito grande e forte. No nosso estado a pobreza geral, a
indiferença de um governo alienado que nada vê e que não sabe o que está
acontecendo e o domínio total das instituições, da apropriação dos
órgãos estudantis e dos sindicatos, da intelectualidade, do domínio da
mídia que não permite contestação ao governo e que distorce todos os
acontecimentos acabaria explodindo como está acontecendo.
Acreditaram,
eles mesmos, na propaganda falsa, maciça de um Maranhão inexistente
para a população sofredora. A promessa de 400 mil empregos iludiu
durante algum tempo, mas a realidade é o desemprego
e o péssimo sistema educacional público do estado, a saúde precária e
penosa e a insegurança progressiva e sem freio que apavora a todos. E o
estopim maior é a indiferença com que o governo trata a população do
estado e suas demandas.
É um governo
que se torna ridículo ao apresentar um Maranhão que só vai bem na
propaganda oficial, mas muito distante da vida dura da população e da
realidade que a cerca. Esse modelo, esse ciclo de domínio da população
pela propaganda, pelas festas, pelo circo acabou. Não funciona mais.
E
não é só o governo local que vai mal. Tudo vai mal também no país.
Exemplo? Foram criados 23 milhões de empregos no país nesses dez anos,
mas o emprego foi limitado a salários de até dois salários mínimos,
empregos sem muita qualificação. Isso teve seus méritos evidentemente.
Mas nas faixas de renda acima de dois salários mínimos perdemos 6 milhões de empregos. Uma barbaridade.
Vejam
o que acontece com a educação: O Brasil ficou em penúltimo lugar em
ranking global de educação que comparou 40 países levando em conta notas
de testes e qualidade de professores, dentre outros fatores. A
pesquisa foi encomendada à consultoria britânica Economist Intelligence
Unit (EIU), pela Pearson, empresa que fabrica sistemas de aprendizado e
vende seus produtos a vários países. Em primeiro lugar está a Finlândia,
seguida da Coreia do Sul e de Hong Kong.
Os
40 países foram divididos em cinco grandes grupos de acordo com os
resultados. Ao lado do Brasil, mais seis nações foram incluídas na lista
dos piores sistemas de educação do mundo: Turquia, Argentina, Colômbia,
Tailândia, México e Indonésia, país do sudeste asiático que figura na
última posição. E O Brasil ficou no 39° lugar entre os quarenta.
A
presidente Dilma em resposta aos protestos prometeu colocar os
recursos dos royalties do petróleo para a educação. Mas a vinculação só
vale para os contratos de exploração firmados a partir de 2002 e eles
não gerarão petróleo antes de seis anos. A previsão é dentro de dez anos
o total destinado a educação poderia chegar a R$ 8,5 bilhões anuais.
Como
hoje os governos federal, estaduais e municipais já gastam anualmente
R$ 200 bilhões isso representará apenas mais 4 %. É uma metida de longo
prazo e claramente insuficiente. E o problema da educação não se
restringe apenas a mais dinheiro.
Na
saúde onde o programa se fixou na vinda de médicos cubanos para o
interior o que contraria frontalmente o Conselho Federal de Medicina que
avalia que o problema não é o número de médicos, mas a falta de
infraestrutura de oferta de medicina e de modo de vida em grande parte
das regiões do interior brasileiro.
Além
do mais, segundo dados do CRM, só 5% dos médicos cubanos que vieram
para o Brasil passaram em provas obrigatórias de revalidação do diploma e
o governo quer isenta-los das provas, o que pode resultar em alto
perigo para a população. Essa solução também só atenderia o interior,
mas o problema da saúde é agudíssimo nas cidades onde vive a maior parte
da população.
Na parte de mobilidade
urbana os R$ 50 bilhões prometidos não existem. Segundo especialistas o
dinheiro só apareceria se a presidente desistisse de seu programa
prioritário, o Trem Bala que custaria R$ 60 bilhões e que não resolve
nenhum problema das grandes cidades. Mas o governo não fala nisso.
O
governo federal também parece perdido demonstrando a surpresa com que
os protestos o atingiram e está respondendo atabalhoadamente. Será que
Roseana Sarney colaborou com as medidas anunciadas? Só parece.
No
Maranhão o desemprego é crescente e persistente desde que Roseana
Sarney assumiu o governo por uma desastrada decisão judicial.
O
Caged, cadastro de emprego versus desemprego do Ministério do Trabalho
nos dá números terríveis sobre o estado. E olhe que toda a campanha de
eleição de Roseana Sarney foi montada na maior mentira eleitoral deste
país contada e repetida por Roseana. Seriam criados 400 mil empregos no
estado no governo dela. Ninguém ficaria de fora.
Vejamos
os números do Caged: 2002 último ano de Roseana no governo, depois de 8
anos, perdemos 353 empregos. Daí em diante até 2009, com Roseana de
novo no governo, tivemos no intervalo a criação de empregos em todos os
anos. Em 2003 criamos 2.305. Em 2004 criamos 3.400. Em 2005 foram
criados 7.732. Em 2006 criamos 3.270. Criamos empregos em todos os anos
do meu governo. Em 2007 criamos 7.202. Em 2008 criamos 7.431, anos do
governo de Jackson Lago.
Com Roseana
os números mudaram. Em 2009 desemprego de 6.952. No ano da eleição,
Roseana emprega todo mundo e foi o único ano de seu governo em que foram
criados empregos. Em 2011, desemprego de 1.757. Em 2012, desemprego de
993. E até agora em 2013 tivemos desemprego em todos os meses do ano o
que já totaliza até maio desemprego de 7.751. Só no mês de maio perdemos
1. 836 empregos.
Não pode ser coincidência, pois o país criou muitos empregos e o Piauí, nosso vizinho também pobre criou 2.231 empregos em maio.
É muita incompetência!
O
Datafolha deste final de semana mostrou um desastre para a presidente
Dilma. Caiu em três semanas de 57% de aprovação para 30%. E o seu
governo que era considerado ruim por apenas 9% agora é por 25%. Ela caiu
em todas as regiões, em todas as faixas etárias e em todas as faixas de
renda.
E aqui? Não sei, mas creio que
o governo de Roseana Sarney terminou de vez. Não acredito mais que ela
tenha condições de ganhar nenhuma eleição no estado. Nem será mais
candidata.
E o Prefeito que se acautele, pois parceria com Roseana nunca é para valer. É apenas jogada política sempre repetida.
Cuidado com o abraço de afogado!
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