Carlos Newton/Tribuna da Imprensa
Foi um domingo de touradas, com a arena lotada e duas excelentes seleções. Mas é preciso ter garra e sorte. E antes do segundo minuto, o atacante Fred fez um gol deitado (parecido com o que Tostão fez contra a Inglaterra, em 1969, no mesmo estádio do Maracanã, que os ingleses tentaram anular, dizendo que “gol deitado não valia”, mas foi o gol da vitória, no finalzinho do segundo tempo, Brasil 2 a 1).
A Espanha então teve de sair para o jogo. No início o Brasil dominava, depois houve equilíbrio e os espanhóis chegaram a ter mais posse de bola, mas não conseguiam chegar ao gol do Brasil. Quase no final do primeiro tempo, aos 40 minutos, o volante Iniesta, o melhor jogador da seleção espanhola, comandou um contra-ataque e colocou o atacante Pedro diante de Julio Cesar. Um chute certeiro, com o goleiro batido, mas o zagueiro David Luiz salvou em cima da linha. Sensacional!
Quando já ia acabando o primeiro tempo e a Espanha pressionava muito, mas aos 44 minutos, num contra-ataque brasileiro, Neymar serviu a Oscar, que cercado por três adversários, devolveu com um toque sutil e deixou o atacante em posição privilegiada para matar o goleiro espanhol com uma bomba de esquerda.
DE NOVO FRED
Mas será possível? No segundo tempo, de novo Fred, logo no segundo minuto. Foi Hulk quem lançou o atacante, que colocou com categoria no canto esquerdo de Casillas, que quase alcançou. Brasil, 3 a 0, fatura liquidada.
Depois foi só festa. A Espanha perdeu um pênalti e o Brasil brincou, deu olé, desperdiçou ataques seguidamente, e só faltou a torcida cantar “Touradas de Madri”, marchinha de carnaval de João de Barro, o Braguinha, e Alberto Ribeiro, que embalou o Maracanã na Copa de 50, na vitória de 6 a 1, que foi a maior goleada já sofrida pela seleção espanhola.
Como diz Tostão, já temos time. E os destaques do Brasil foram Fred, agora titular absoluto, Neymar, David Luiz, Julio Cesar e Marcelo. Mas toda a equipe esteve bem, enfrentando a até então melhor seleção do mundo, que não perdia há 29 jogos. O meio campo, que é o ponto forte dos espanhóis, foi dominado pelos brasileiros.
DETALHE HUMORÍSTICO – Como comentarista, Ronaldo Fenômeno é um excelente humorista. Sua voz é igualzinha à do inesquecível Bussunda. Só falta dizer: “Fala sério!”
DETALHE SOCIAL - Impressionante a exclusão social que se verifica nos estádios brasileiros, em função do alto preço dos ingressos. Nesta final, no Maracanã, praticamente não havia negros na torcida. A galera embranqueceu, de repente. É uma pena. Já não podemos dizer que futebol é o esporte do nosso povo. Agora, é apenas o esporte da elite.
DETALHE POLÍTICO - A presidente Dilma Rousseff, com medo da vaia, perdeu a chance de participar da festa e entregar a Taça aos nossos craques. Será que valeu a pena deixar de vir ao Maracanã?
Nenhum comentário:
Postar um comentário