Helio Fernandes/Tribuna da Imprensa
A medíocre, monótona e sem importância Copa das Confederações teve ontem sua final, com o único traço emocionante em 15 dias: a homenagem a Nelson Mandela, que está no hospital em estado critico há mais de três semanas. Uma contradição da vida, da existência, da eternidade, é que um vulto que se colocou acima de todas as expectativas, idolatrado, aplaudido e ovacionado pelo mundo, como Mandela, seja saudado por um insignificante como Joseph Blatter.
Essa Copa tem sempre 4 países, como disse no título, 4 coadjuvantes, como México, Nigéria, Japão e Taiti, este o grande figurante, pela simpatia e dignidade. O México já sediou duas Copas do Mundo, nem chegou entre os finalistas. Os outros 4 já ganharam Copas, como o Brasil, a Itália, o Uruguai e a Espanha, esta apenas uma vez, pois perdeu dentro de casa em 1982.
O BRASIL FAZ UM GOL COM
MENOS DE DOIS MINUTOS
Como já acontecera em dois jogos anteriores, o Brasil marcou o primeiro gol antes do relógio registrar 2 minutos. Contra o Japão, fez dois gols antes de 3 minutos do primeiro tempo, e repetiu o gol e o tempo logo depois do intervalo.
Os gols de Fred parece que têm que ser sempre engraçados, mas seja como for, ficam registrados no placar. Noutro dia foi de canela (e logo a seguir faria o da vitória, em impedimento). Ontem estava caído no chão, a bola resvalou no Neymar, “encontrou” o Fred e entrou. Recebeu até aplausos, como se fosse um “golaço”, como gostam de chamar. (Enquanto Fred estava caído, a bola bateu na mão dele, visível).
MULTIDÕES DE MANIFESTANTES
NAS RUAS, NEM “VIRAM” O GOL
Estão apoiando a seleção do Brasil desde o início, e esse é um dos fatores, não devidamente exaltados, que ajudaram a seleção a chegar até a final. Usaram nos protestos: “Queremos Saúde PADRÃO FIFA, Queremos Educação PADRÃO FIFA, Queremos Transporte PADRÃO FIFA”.
Essas citações ajudaram a dar amplitude, grandeza e importância às manifestações. Enquanto as multidões do lado de fora procuravam transmitir a energia positiva para o lado de dentro, 30 minutos se passaram ou se passavam e nenhuma grande jogada.
EM TODAS AS FALTAS,
NEYMAR E HULK, POR QUÊ?
Sempre, em todos os jogos, nas mais diversas oportunidades, os dois se apresentam para bater, colocam a mão na boca para o adversário não descobrir ou desconfiar da “tática-estratégia” (ordem do Felipão), jogam a bola na arquibancada. Apenas em uma vez Neymar fez gol. Escanteios, todos exclusividade do Neymar. Tenho a maior admiração por ele, mas devia deixar outro jogador bater a falta ou o escanteio, e ele, altamente positivo, ficar lá perto do gol. O mais importante e respeitado jogador da seleção é ele. Felipão não vê isso?
AOS 44 E MEIO,
GRANDE GOL DE NEYMAR
Além do gol, a competência e a inteligência: Neymar deu dois dribles como o povão gosta, encontrou um adversário pela frente, entregou a Oscar, viu que estava impedido, recuou, ficou em posição legal e legítima, recebeu a bola de volta. Aí, fuzilou sem apelação para o goleiro.
Termina o primeiro tempo, me pergunto o que todos querem saber, no Maracanã e no resto do mundo onde o jogo está sendo exibido: quando é que a tão badalada seleção da Espanha entrará em campo? Nem ESPETÁCULO nem RESULTADO? Esperemos que depois do intervalo, o jogo valha a QUARTA PARTE DO PREÇO DO INGRESSO.
CONTRA A ESPANHA, O BRASIL
REPETE O PRIMEIRO TEMPO
Voltam as duas seleções, não completados novamente os dois minutos, o Brasil faz 3 a 0, o segundo gol no tempo, no espaço, na oportunidade, mas Fred, desta vez em pé, fez outra vez dois gols no mesmo jogo.
A defesa da Espanha olhando, o goleiro sem saber o que fazer, não faz nada, a bola passa por ele e entra. Agora, quase todos no Brasil, no Maracanã e fora dele, torcem por goleada.
PENALTI PARA
A ESPANHA
Numa bobagem quase bobice, Marcelo faz falta, o jogador da Espanha não estava em situação de marcar, foi apenas jogada indesejada e indesejável. Sergio Ramos bate, todos esperam defesa de Julio Cesar. Não precisou nem teve chance, a bola foi chutada para fora.
E a tão “entusiasmadora” seleção da Espanha? Surpresa no mundo inteiro, os sites de todos os grandes jornais já assinalam e antecipam a goleada.
Ainda não é, mas tem tudo para ser.
ESPANHA: SEM CLASSE
E SEM ESPORTIVIDADE
Neymar avança praticamente sozinho, depois de deixar adversários para trás. É derrubado acintosa e agressivamente por Pique. O árbitro nem hesitou e muito justamente aplica o cartão vermelho. Eram passados 23 minutos desse segundo tempo insípido e sem emoção. Mas Neymar que praticamente ia marcar o quarto gol, perde a vantagem.
PS – O tic-tac espanhol desapareceu, os brasileiros implantaram o tique-toque, envolvendo o campo inteiro.
PS2 – Podiam ter feito mais gols, mas nos últimos 20 minutos os jogadores do Brasil passearam em campo. Ficaram satisfeitos.
PS3 – Os jogadores se abraçaram muito, várias vezes, durante algum tempo. A vitória foi deles.
PS4 – Sabem, mas não podem dizer; a partir de agora, durante muito tempo, os holofotes serão todos de Felipão e para o Felipão.
PS5 – Alguns comentaristas, quando olham ou falam com e sobre Felipão, ficam com os olhos cheios d’água, quase nem podem demonstrar tanta admiração.
PS6 – Ninguém se lembra mais do “rebaixado” Palmeiras.
PS7 – A premiação foi mais imponente, importante e emocionante do que o jogo. Pois aí eram os jogadores que recebiam as taças, as medalhas, os aplausos que eles mesmos conquistaram.
PS8 – Justamente escolhido como “o craque da Copa”, Neymar foi o mais aplaudido, reverenciado, admirado.
PS9 – Para terminar: vergonhosa a participação do presidente da CBF, servidor da ditadura. Queria abraçar e beijar vorazmente todos os jogadores. Que vexame.
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