quinta-feira, 1 de agosto de 2013
Depois de ouvir Lula, Dilma decide: ‘Mantega fica’.
Helio Fernandes
A visita do papa ao Brasil, sua simpatia, simplicidade, carisma, conquista sensacional de milhões de brasileiros com repercussão no mundo inteiro, inegável. E tudo o que fez e disse nessa semana, complemento do seu comportamento nos quatro meses em que é a maior autoridade da Igreja Católica.
É evidente que não recebe apenas aplausos. Os que viam os Papas e a Cúpula do Vaticano como beneficiários da liturgia, da riqueza e das mordomias, não estão nada satisfeitos. E vão começar a utilizar seus brasões de cardeais para combatê-lo e impedir que imponha a verdade de Jesus Cristo, a uma congregação que sempre se refugiou na liturgia, belíssima, mas inútil.
Não só inútil, mas também contraditória, complacente com seus próprios exageros, omissos em relação à fuga de católicos. Essa fuga é visível e pode até ser identificada em números. Chegando a totais tão baixos, que assustam os que pretendem o que chamam de “recuperação ou reabilitação”.
A humildade e determinação de Francisco não são encomendados ou planejados para se satisfazer. É tudo rigorosamente verdadeiro. Não fugiu de nenhum assunto, não deixou pergunta sem resposta. Entrou até mesmo em terreno minado, como na questão dos gays, que tratou com humanidade, coragem e de forma inteligente.
Interrogado sobre o assunto, disse com total autoridade, gerando imediatamente aplausos do Brasil e do mundo: “Se eles confessam, quem sou eu para julgá-los?”. Foi a maneira de tratar a questão com simplicidade, credibilidade e autoridade. Acho que não exagerou ou deixou sem limite ou explicação o conselho que deu aos jovens: “Sejam sempre revolucionários”.
Depois da conversa pública, foi mais longe com a afirmação: “Jovem que não protesta, não me agrada”. Nem a mim. É a modernização do que se dizia há mais de 60 anos: “Um jovem tem que ser revolucionário até os 30 anos, se continuar revolucionário até mais tarde, alguma coisa está errada”.
REVOLUÇÃO E RENOVOLUÇÃO
Já escrevi tanto sobre o assunto, há dezenas e dezenas de anos. Mas defendo o cidadão (principalmente jovem) revolucionário, com objetivo, sabendo o que pretende e lutando com vontade. Lutar por lutar não tem sentido, não obrigatoriamente, mas quase sempre desemboca na guerra civil, tragédia, catástrofe, massacre.
Espero que Francisco defina os limites ou os propósitos revolucionários do seu conselho. Utilizei a palavra a partir de 1956, quando comecei a escrever artigo e colunas diários. RENOVOLUÇÃO era a forma que me satisfazia e que conseguia unir REVOLUÇÃO E RENOVOLUÇÃO. Não eram apenas mais duas letras, era um dicionário inteiro.
Espero que os que aceitarem os conselhos de Francisco seja multidões de REVOLUCIONÁRIOS, que lutem contra a DESIGUALDADE, a POBREZA, a DESUMANIDADE com que 90% da população são tratados pelo mundo.
SERGINHO CABRALZINHO
DE ANTES E DE AGORA
Fez o ginásio no Colégio Bennet, quase de classe média. Era “zoado” por todos, até fora de sua turma. Com cara de bobo, praticamente sempre de boca aberta, chamado de AE (gíria estudantil para identificar os quase retardados). Saíram, todos se acompanham.
Derrotado duas vezes para prefeito do Rio, vibraram, é o “nosso” Cabral. Eleito senador e governador, se assombraram, diziam ou perguntavam, não é o “nosso” Cabral. Quando começaram as irregularidades, as ilegitimidades, a falta de credibilidade, a vida de grande senhor, com apartamento no Leblon e mansão com iate em Mangaratiba, e as consequentes cobranças e protestos, todos os ex-colegas se relacionavam, diziam: “Esse é o “nosso” Cabral que voltou”.
A CULPA DE CABRAL NA
VIOLÊNCIA CONTRA PROTESTOS
Depois, o governador faria um apelo (?) para que os protestos contra ele não fossem em frente ao seu apartamento, e sim diante do Palácio Guanabara. Explicou: “Não sou um ditador e sim um político. No Leblon minha família é que é atingida, tenho filhos pequenos”.
O pedido era para aplacar a raiva dos moradores do seu prédio e de toda a rua, que querem que saia de lá. O desconforto e o desespero, total e inaceitável.
O ESTUDANTE BRUNO FOI
VIOLENTADO EM FRENTE AO GUANABARA
Houve polêmica sobre o fato, a polêmica e a controvérsia, nada contra. O importante é que os que atacavam o Bruno, falseavam, fraudavam e falsificavam os fatos. Só este repórter e o grupo do Mídia Ninja contaram os fatos como aconteceram.
Não vou repetir os atos de violência, jogado no chão com vários policiais em cima dele, levado para a delegacia e passado a madrugada numa cela, sem acusação. Liberado pela manhã, fui o primeiro a revelar: “O P2 que o prendeu, o único a confessar que não tinha molotov nenhum”.
Cabralzinho deu entrevista depois dos fatos esclarecidos, falou: “Não queremos punir inocentes”. Já sabia. Agora tudo foi arquivado, o estudante inocentado. Seu advogado está entrando com pedido de indenização por danos morais, materiais, violência, prisão ilegal. Vai se enquadrar na definição de Rui Barbosa: “Justiça tardia não é Justiça”.
NENHUM MINISTRO SAI AGORA
Depois de longa conversa com Lula, Dona Dilma “decidiu” e revelou: “Mantega não vai sair e este ano não haverá reforma ministerial”. É essa a palavra de ordem, que tem como suporte (?) o tempo: por que trocar ministros agora, se até 5 der abril muitos terão que sair obrigatoriamente, por causa da desincompatibilização?
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PS – Valdenor, você acertou 2 dos que considero os 3 maiores generais da História. Faltou o terceiro, Julio Cesar, disparado. A minha classificação não é um dogma ou uma sentença, mas Caxias não passa nem perto.
PS2 – Foi general com 18 anos, marechal com 25, duque com 28. Aliás, o único duque da História do Brasil. Só lutou na estranha Guerra do Paraguai, que abandonou e foi para a Corte em 1868.
PS3 – A guerra só terminaria em 1870, foi substituído pelo Conde D’Eu, genro de Dom Pedro II. Caxias depois foi primeiro-ministro.
PS4 – Até gostaria, Alessandro Sá. Saindo no You Tube teria repercussão merecida. Não apenas pela minha prisão, mas pelos fatos colaterais e as consequências, é História pura.
PS5 – Em outra citação anterior, foi sugerida a mesma coisa, nos moldes do meu programa “O Repórter da História”, na TVE. O CN disse que ia providenciar o vídeo com o Vizeu (que produziu o programa), até hoje, nada.
PS6 – Você tem razão em parte, Aquino. Naquela época o vice era votado. O vice de Janio era Milton Campos, favorito. Mas Janio mandou votar em Jango, vice de outra chapa. Motivo? Ele sabia que não podia mandar Milton Campos para o outro lado do mundo, como fez com Jango, que aceitou tudo, sabendo que era “golpe”.
PS7 – Além do mais, Jango não podia ser candidato, já que fora vice de JK em 1955. Naquela época não havia reeleição. Escrevi isso na época, como era jogada da maioria, disseram: “O Helio já está na oposição”. (Se JK estava inelegível, por que Jango, eleito junto, e tendo assumido, podia se reeleger?
PS8 – Nenhuma novidade, Aquino, que foi o general Cordeiro de Farias que me deu a circular. Assim que fui preso, sabendo muito bem que eu não “entregaria” a fonte, procurou meus advogados: “Fui eu que dei a circular ao Helio, não sabia que teria tanta repercussão”.
PS9 – Imediatamente convocou uma coletiva de imprensa, assumindo a entrega da circular, e se colocando à disposição, para esclarecimentos. Não houve nenhuma pergunta. Ele já confessara o que interessava.
PS10 – Aquino, chamar Cordeiro de Farias de “o maior conspirador de nossa História” é um exagero. Chegou a general com 40 anos, foi para a FEB. Castelo Branco ainda era tenente-coronel. E os generais das grandes famílias ficaram bem longe do front. (Golbery foi em 1944, quando a guerra estava acabando).
PS11 – E mais, Aquino, Cordeiro de Farias foi interventor no Rio Grande do Sul, quando morreu o coronel-interventor, Daltro Santos.
PS12 – Depois da chamada “redemocratização” de 1946, foi governador E-L-E-I-T-O de Pernambuco. Pelo voto direto, governo competente e altamente democrático.( Tribuna Da Imprensa )
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