(Foto: Paulo Allan Queiroz/Diário)
A
Polícia Civil, através da Superintendência do Salgado, apresentou na
tarde de ontem o médico suspeito de ter mandado matar a ex-mulher. O
crime aconteceu em Santa Maria do Pará, o marido da vítima chegou a
chorar no caixão e a beijar a ex-mulher. Dois homens apontados como os
executores também foram presos.
Parecia um crime perfeito, mas o
ginecologista e clínico geral Danny Alexandrino Boado Quiroga não
poderia imaginar que a polícia o apontaria como o principal suspeito da
morte de Elianara Mendonça da Silva, ex- esposa do médico, morta com
dois tiros na cabeça. O crime aconteceu em janeiro deste ano em Santa
Maria do Pará. A vítima foi assassinada em frente à casa da mãe.
Investigação
Na época, Danny Alexandrino disse à polícia
que os bandidos foram assaltar e em seguida mataram sua ex-mulher. Só
que a versão do médico não convenceu os policiais que passaram a
investigar o crime. O assassinato foi cometido por dois homens numa
motocicleta. De acordo com a Polícia Civil, testemunhas informaram que
os assassinos eram fortes e tinham cordão de prata no pescoço. As pistas
foram suficientes para que a polícia começasse a levantar provas contra
os suspeitos.
Após a morte de Elianara Mendonça, o médico
se mudou para o estado do Maranhão, onde passou a atender normalmente. A
justiça de Santa Maria do Pará, através do juiz Augusto de Bruno
Favacho, concedeu a prisão temporária do médico. Danny Alexandrino foi
preso na cidade de Itaguatins no estado do Tocantins. Mas antes disso,
os policiais prenderam os dois suspeitos de executar a vítima.
Plano
Alvimar Rocha Vieira e Rogério Gomes da
Silva foram presos na cidade de Imperatriz no Maranhão, eles teriam
matado a ex-mulher do médico por amizade. “O Alvimar é amigo há vários
anos do médico e foi convidado a fazer esse serviço, que era executar
sua ex-mulher. Depois eles fugiriam para o Maranhão onde teriam uma nova
vida e que não levantariam suspeitas da polícia, só que encontramos o
cordão que foi visto no dia do crime e temos outras provas também”,
contou o Superintendente da Zona do Salgado, delegado Luiz Xavier.
Segundo o delegado, o motivo do crime seriam
os relacionamentos extraconjugais que o médico tinha e a divisão dos
bens adquiridos ao longo dos dez anos de casamento. “Mesmo traindo a
ex-mulher ele não aceitava que ela (vítima) o deixasse. Ele tentou por
diversas vezes reatar o relacionamento, mas ela não queria. O médico
chegou inclusive a agredir a ex-mulher, como eles tinham uma filha, a
vítima exigia pensão e outras regalias. Por isso ele achou melhor matar,
ao invés de dividir os bens conseguidos numa vida conjugal”, disse Luiz
Xavier.
Para a Polícia Civil o médico foi
extremamente frio ao forçar uma cena durante o velório da ex-mulher.
Danny Alexandrino chegou a chorar desesperadamente sobre o caixão da
ex-mulher e ainda beijar a face da vítima. “Não se conformava de jeito
nenhum de ter perdido a ex-mulher. Mesmo depois de ter mandado matar a
vítima, ele teve a cara de pau de se debruçar sobre o caixão e
beijá-la”, contou Xavier.
Perigoso
De médico para bandido considerado de alta
periculosidade. Assim está sendo investigada a vida de Danny Alexandrino
que tem mais passagens pela polícia. Em 2003, o médico e seu amigo
inseparável Alvimar Rocha foram presos depois de tentar resgatar presos
do complexo penitenciário de Americano. Por coincidência, o mesmo preso
que deveria ser resgatado na época foi encontrado morto na última
segunda feira no Maranhão e que a foto dele estava na carteira de Danny
Alexandrino. “Não podemos afirmar se eles têm participação na morte
desse homem no Maranhão. Mas é muito estranho eles estarem no mesmo
estado, onde a vítima morreu e que foi a mesma que eles tentaram
resgatar do presídio. O certo é que são todos elementos de alta
periculosidade e ficarão presos, longe do convívio da sociedade”,
concluiu Luiz Xavier.
Por ter curso superior, Danny Alexandrino
será encaminhado ao presídio Anastácio das Neves, em Americano. E em
caso de condenação poderá perder seu diploma de médico. Os outros dois
acusados foram transferidos para o Centro de Recuperação de Castanhal
(CRCAST).
(Diário do Pará)
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