segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Dilma não presta conta do que gastou na campanha no Piauí

Presidente Dilma Housseff



Denuncia divulgada ontem pelo site Uol e jornal Folha de São Paulo, mostram que cabos eleitorais do Piauí, que aparecem como "voluntários" na prestação de contas de campanha no ano 2010 da presidente Dilma Rousseff, receberam dinheiro pelo trabalho realizado no segundo turno da eleição. Efetuar pagamentos de campanha e não declará-los é crime de caixa dois. Segundo o jornal, foram localizadas 12 pessoas no estado do Piauí e no Mato Grosso que afirmam não ter trabalhado de graça na campanha, como é apresentado nos documentos do partido entregues ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O motoboy teresinense Fernando Araújo Matos, de 23 anos, que aparece como um dos "voluntários", declarou que no segundo turno ficou só com Dilma. "Recebi R$ 300 e o tanque de gasolina", afirmou. Ele conta que rodava a cidade em sua moto carregando bandeiras da candidata do PT.
Um outro motoboy  afirma que trabalhou e recebeu o dinheiro combinado. "Não sou otário para trabalhar de graça", disse Mariano Vieira Filho. Porém, o nome dele e o de Fernando Matos aparecem como cabos eleitorais em declarações individuais de "trabalho voluntário" assinadas, nas quais eles atestam estar cientes da "atividade não remunerada".
O PT nega a prática e diz que suas contas foram aprovadas. No total, a campanha da atual presidente registrou arrecadação de R$ 135 milhões e despesas de R$ 153 milhões. Luís Fernando Barbosa Nunes, de 25 anos, também motoboy na campanha de Dilma em Teresina, disse que sua assinatura foi falsificada no documento entregue ao TSE. "Nunca ia assinar meu nome errado. Está escrito Luís com z e eu não escrevo assim", declarou.
Nas contas aprovadas pela Justiça Eleitoral não há registro de pagamento a nenhum destes procurados pela equipe de reportagem do Uol e Folha no segundo turno. No primeiro turno, todos trabalharam para candidatos do PT ou aliados nos Estados e foram registrados como prestadores de serviço. No segundo turno, viraram "voluntários" de Dilma.
Partido nega acusações  -Procurada e informada sobre o teor da reportagem, a coordenação financeira da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010, comandada pelo atual secretário de Saúde da Prefeitura de São Paulo, José de Filippi Júnior, afirmou que a prestação de contas foi aprovada pelo TSE. "Os termos de trabalho voluntário foram feitos pelas coordenações estaduais da coligação e repassadas à coordenação nacional, que encaminhou para o TSE junto com toda documentação relativa à prestação de contas", disse, por meio de nota, o tesoureiro à época.
O vice-presidente do PT do Piauí, Edilberto Borges de Oliveira, o Dudu, disse à reportagem que, se fosse para usar caixa dois na campanha, "o mais fácil era não registrar" essas pessoas, em vez de colocá-las como voluntárias. "Se a pessoa assinou, ela assinou consciente", concluiu.(DP)

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