Contagem
oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluída na tarde desta
segunda-feira, 30, considerou como válidas 442.524 assinaturas para a
criação do partido Rede. O número não é suficiente para tirar a legenda
do papel a tempo de disputar as próximas eleições de 2014. De acordo com
a Lei Eleitoral são necessárias no mínimo 492 mil apoiamentos. Segundo o
advogado da Rede, Torquato Jardim, foram protocoladas aproximadamente
460 mil assinaturas certificadas até sexta-feira, 27. Algumas delas
foram descartadas porque estariam duplicadas. O prazo para criação de
partido e filiação para quem deseja disputar as eleições de 2014 termina
no próximo sábado, dia 5.
Idealizada
pela ex-senadora Marina Silva, a Rede segundo alguns integrantes da
Justiça Eleitoral ouvidos pelo Grupo Estado, vai precisar de muita
“criatividade jurídica” para conseguir chegar ao total das assinaturas
exigidas.
A expectativa de Marina
Silva, possível candidata à Presidência no próximo ano, é que os
ministros do TSE considerem como válidas cerca de 95 mil apoiamentos que
foram rejeitados pelos cartórios eleitorais sem justificativa.
A
previsão é que o processo de registro entre no plenário da Corte
Eleitoral apenas nesta quinta-feira, 3. O voto da relatora, ministra
Laurita Vaz, deve ser elaborado na véspera após o recebimento de um
parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE) a favor ou contra o
deferimento do registro da Rede.
Para o
advogado da Rede, Torquato Jardim, a redução do número de assinaturas
certificadas é pequena e não altera o principal argumento.
“Nossa
conta continua a mesma, aceitando o que foi rejeitado sem justificativa
ultrapassamos com folga o número exigido”, diz. Jardim também demonstra
otimismo em relação ao entendimento que os ministros darão para o caso.
“Vai ser aos 45 do segundo tempo, mas o importante é que dá para
ganhar”, afirma.
O advogado observa,
entretanto, que o calendário apertado pode prejudicar apenas deputados
que desejam se filiar, que precisarão contar com a boa vontade de seus
partidos de origem para conseguir fazer a desfiliação e a adesão à Rede
no prazo limite para disputar as próximas eleições.
O
deputado Walter Feldman (PSDB-SP) afirma que o grupo atuante na
fundação do partido não cogita aderir a outra legenda caso a tentativa
naufrague. Observa que o discurso por trás da Rede é justamente da
necessidade de uma agremiação diferente, o que dificultaria uma adesão a
outro projeto.
Dentro da estratégia
de pressão sobre o TSE, a Rede convocou uma manifestação para a tarde de
hoje na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Será feita ainda uma ação
no Twitter com a hashtag #EuAssinei para mostrar a adesão ao partido.
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